O dólar fechou nesta sexta-feira, 29, em forte queda ante o real. O ajuste acompanhou o viés negativo do dólar no exterior, após o crescimento do PIB dos EUA no segundo trimestre abaixo do esperado e que praticamente eliminou a chance de uma alta de juros neste ano no país, segundo operadores de câmbio. Houve também pressão para baixo exercida por bancos na disputa pela formação da última Ptax do mês, que encerrou aos R$ 3,2390 (-1,07%).
No mercado à vista, a moeda norte-americana encerrou aos R$ 3,2420, com baixa de 1,59%. No mês de julho, porém, acumulou leve alta de 0,98%. Em 2016, no entanto, o desempenho está negativo em 18,13%. O volume financeiro registrado na clearing de câmbio somou US$ 1,342 bilhão.
Já o dólar futuro para setembro, que passou a concentrar a liquidez a partir de hoje, encerrou com baixa de 1,46%, aos R$ 3,2760. O volume financeiro negociado totalizou US$ 16,802 bilhões.
O PIB americano avançou 1,2% no segundo trimestre deste ano, na primeira leitura da taxa anualizada, bem abaixo da previsão de alta de 2,6% dos analistas. Além disso, o PIB do primeiro trimestre foi revisado em baixa, de +1,1% para +0,8% na taxa anualizada. O presidente do Federal Reserve de San Francisco, John Williams, disse hoje que é provável que as taxas de juros de curto prazo nos EUA fiquem mais baixas do que o habitual no futuro.
O gerente da Treviso corretora, Reginaldo Galhardo, avaliou que uma parte da queda refletiu pressão para o enfraquecimento da Ptax e a outra parcela, o PIB americano abaixo das expectativas, que acabou estimulando uma realização de lucros nos mercados de moedas.
Na briga da Ptax, segundo ele, a posição vendida de bancos no mercado à vista de mais de US$ 30 bilhões no mês foi determinante para a condução das cotações. A decisão do Banco do Japão de apenas aumentar o volume destinado a fundos de índices de ações acabou ficando em segundo plano. O BoJ também manteve inalterados a taxa de depósitos em -0,1% e o volume de compra de bônus em 80 trilhões de ienes.
A perspectiva para o dólar é de volatilidade, segundo um profissional de câmbio. O mês de agosto começa na próxima semana com uma agenda importante, que poderá manter os ativos instáveis, previu a fonte. O Congresso volta do recesso na próxima segunda-feira e a agenda de indicadores inclui os dados de junho da produção industrial e de julho da balança comercial. No exterior, haverá reunião de política monetária do Banco da Inglaterra na quinta-feira e a divulgação do relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos, na sexta-feira.