O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 12,816 bilhões em julho, informou nesta quarta-feira, 31, o Banco Central. Em junho, o rombo havia sido de R$ 10,061 bilhões e, em julho de 2015, foi registrado déficit de R$ 10,019 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 11,850 bilhões a R$ 22,000 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 15,450 bilhões.
O déficit primário de R$ 12,816 bilhões em julho é o pior para o mês da série histórica iniciada pelo Banco Central em dezembro de 2001.
O resultado fiscal de julho foi composto por um déficit de R$ 11,853 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 334 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 283 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 51 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 629 milhões.
O déficit primário considerado pelo governo pra este é de 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 170,5 bilhões. Em junho, o BC revisou sua estimativa para 2,60% do PIB com a mudança na previsão para o crescimento do País. No início de julho, o governo federal renegociou as dívidas com os Estados. De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a renegociação da dívida já estava dentro do déficit previsto de R$ 170,5 bilhões.
2016
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 36,592 bilhões em 2016 até julho. A quantia representa 1,03% do PIB. No mesmo período do ano passado, havia superávit primário no valor de R$ 24,665 bilhões, ou 0,76% do PIB. No acumulado de janeiro a junho de 2016, o déficit estava em R$ 23,776 bilhões.
O resultado fiscal no acumulado de janeiro a julho foi obtido com um déficit de R$ 45,834 bilhões do Governo Central (1,29% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 10,965 bilhões (0,31% do PIB).
Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 10,518 bilhões (0,30% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 448 milhões (0,01% do PIB). As empresas estatais registraram um déficit de R$ 1,723 bilhão nos primeiros sete meses deste ano (0,05% do PIB).
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 154,046 bilhões em 12 meses até julho, o equivalente a 2,54% do PIB. Esse porcentual é o maior da série histórica do BC iniciada em dezembro de 2001, sendo que em junho ele havia sido de 2,51%.
No fim de março, o então diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, mudou seu discurso e informou que o impulso fiscal brasileiro já era expansionista, o que depois passou a constar oficialmente nos documentos da instituição. Ele já deixou a instituição e seu sucessor, Carlos Viana, ainda não fez nenhuma declaração sobre o tema.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em julho pode ser atribuído ao rombo de R$ 154,539 bilhões do Governo Central (2,55% do PIB). Esta é a primeira vez – pelo menos este ano – que o déficit do Governo Central ficou maior do que o do primário consolidado.
Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 4,524 bilhões (0,07% do PIB) em 12 meses até julho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 5,960 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,436 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 4,031 bilhões no período.