Recentemente, os brasileiros se entristeceram com a notícia da doença da atriz Drica Moraes. Vítima de leucemia, ela descobriu o diagnóstico em fevereiro deste ano. Em junho, foi internada para fazer um transplante de medula óssea. Juntamente com este assunto, surgem algumas dúvidas da população sobre esta doença grave, que só no Brasil deve atingir 9.580 pessoas em 2010, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A doença já foi abordada na novela das Oito, Laços de Família, da Rede Globo, pela personagem Camila, representada pela atriz Carolina Dieckmann. Longe da ficção, desta vez, Drica Moraes enfrenta o mesmo drama, assim como outros tantos pacientes de todo o país. De acordo com o Dr. Rodrigo Miguel Bendlin, Hematologista do Centro de Oncologia do Paraná, "existem vários tipos de leucemia, no caso da atriz, a doença é do tipo mieloide aguda, mais comum em adultos", explica.
Esta leucemia é uma doença que atinge os glóbulos brancos e se caracteriza pela rápida proliferação dessas células anormais que não amadurecem e se acumulam na medula óssea, interferindo na produção normal das células do sangue. Segundo o Dr. Bendlin, "muitas vezes o paciente descobre o diagnóstico no pronto socorro, por apresentar sintomas da falta da produção dos componentes do sangue, como a anemia, ou infecções", diz.
Por isso, é importante estar atento aos sintomas, como hemorragias, sonolência, cansaço excessivo, emagrecimento, dores de cabeça, tonturas; ou ainda hematomas, manchas roxas na pele sem trauma algum, pequenas pintinhas vermelhas de sangue na pele, aftas e machucados na região da boca; febre e suor excessivo, além de dor nos ossos e articulações.
Apesar de a doença progredir rapidamente, a evolução do tratamento contra a leucemia também é acelerada. "A leucemia é diagnosticada com grande acometimento da medula óssea, podendo estar presente em 90% das células da medula, e após a primeira fase do tratamento, conhecido como indução, a situação se inverte, de modo que a doença se restringe a 5% da medula, gerando grande expectativa nos médicos e pacientes", explica Dr. Bendlin.
O tratamento consiste em destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. O problema maior é que a doença tem grandes chances de voltar. Mesmo assim, há chances de cura, que jamais devem ser descartadas, tanto com o uso de medicamentos, quanto por transplante de medula óssea, que em alguns casos é indicado.
De acordo com Dr. Bendlin, "apesar de o tratamento não ter evoluído consideravelmente nos últimos 30 anos, o manejo dos efeitos colaterais tiverem avanços, principalmente por causa da criação de novas drogas antifúngicas e antibióticos modernos", explica. O transplante de medula óssea também teve alguns avanços tecnológicos, com novas técnicas que trazem benefícios a maioria dos casos e agrega maiores chances de cura. O paciente que poderá fazer o transplante da medula óssea deverá procurar primeiramente a compatibilidade dos irmãos, caso não encontre, há ainda o Banco de Doadores de Medula Óssea.
Estas e outras técnicas permitem que o paciente tenha esperanças pela cura, ou maior controle da doença. No caso de Drica Moraes, seu transplante foi bem sucedido, o que permitiu que a atriz pudesse comemorar seu aniversário de 41 anos, no início de agosto, ao lado de amigos e familiares. Agora é necessário cautela, observação, caso necessite retornar ao tratamento e paciência para a boa recuperação.