Economia

Sebrae vai apoiar projetos voltados à acessibilidade

O Sebrae destinará R$ 28 milhões para selecionar até 240 projetos de pequenos negócios voltados a tecnologias para pessoas com deficiência. Ao longo do primeiro semestre de 2015, serão abertas quatro chamadas para selecionar entre 50 a 70 projetos de micro e pequenas empresas que desenvolvam, por exemplo, aplicativos, equipamentos ortopédicos e auditivos, próteses entre outros itens que promovem a qualidade de vida, a inclusão e a independência dos 45,6 milhões de brasileiros – 24% da população do País – que vivem com algum tipo de deficiência.

A ideia, defende o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, é mudar a dependência “extrema” de tecnologias importadas. “Essa população ainda tem uma enorme demanda não atendida por produtos e serviços que assegurem sua inclusão. Por isso, é importante investir em inovação tecnológica para tornar cada vez mais acessíveis soluções modernas e adaptadas às particularidades da população brasileira”, afirma Barretto. “A acessibilidade como negócio é um mercado que privilegia as pequenas empresas. A produção acontece em pequena escala e o empresário precisa conhecer profundamente as demandas e características específicas do seu público”, completa.

Na empresa de Jair Rais, a Andaluz Acessibilidade, são produzidas placas em braile e também sinais indicativos colocados no piso para orientação. Todos os produtos obedecem a um código específico, que ajuda a pessoa com deficiência visual a se localizar em qualquer ambiente. Com o apoio dos programas de incentivo à tecnologia do Sebrae, o empresário começou o negócio em 2004, com investimento de R$ 50 mil e quatro funcionários. Hoje, tem mais de 60 funcionários, faturamento anual de mais de R$ 3 milhões e mais de mil clientes. A empresa de Jair forneceu seus produtos para a adaptação das arenas de Brasília, Porto Alegre, Recife, Natal e Salvador, utilizadas na Copa do Mundo Fifa e também contribuiu com as reformas dos aeroportos de Guarulhos e do Galeão, no Rio de Janeiro.

Para Jair, o mercado só tem a crescer. “Mais do que nunca, as pessoas estão tomando consciência do tema acessibilidade. E ainda há muito por ser feito. Os prédios já adaptados não chegam a 3% das construções existentes. Sem contar com as novas obras que estão surgindo para o futuro”, avalia o empresário. Uma lei federal de 2004 obriga as edificações a instalarem sinalização própria para pessoas com deficiência visual – são cerca de 35 milhões de brasileiros com dificuldade de enxergar, mesmo com óculos ou lentes de contato.

Ele afirma que resolveu apostar na tecnologia nacional por conta das normas técnicas brasileiras e devido ao alto custo para importar o produto, que não é isento de imposto. “O preço do item importado pode sair mais que o dobro daquele fabricado no Brasil. Jair diz que apostar em tecnologia nacional assegurou o ingresso a um mercado altamente competitivo. A Andaluz já exportou para Portugal, Alemanha, Omã, Uruguai, Argentina, Israel, Bolívia e Chile.

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