Economia

Censo Agropecuário roda no ano que vem, informa IBGE

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Paulo Rabello de Castro, garantiu que o órgão começará ainda este ano os preparativos para o Censo Agropecuário, para que possa ir a campo no ano que vem e ter os primeiros resultados divulgados em 2018. O levantamento estava cancelado devido ao corte orçamentário.

Apenas para a primeira fase de preparativos do Censo, são necessários R$ 266 milhões, contou o presidente. No total, o levantamento consome mais de R$ 1 bilhão.

“O censo já está salvo. Já que não rodou este ano, fatalmente rodará no ano que vem, ou não estarei aqui”, declarou Rabello de Castro, lembrando que a realização do levantamento censitário está previsto em lei, por isso deve ser cumprido. “Isso é um comando legal. Ou eles têm que mudar a lei ou o presidente do IBGE”.

Rabello de Castro assumiu a presidência do IBGE em junho, indicado pelo governo interino do presidente Michel Temer em substituição a Wasmália Bivar, funcionária de carreira que comandava a instituição no governo da presidente afastada Dilma Rousseff. O novo presidente do instituto contou que se reúne nesta terça-feira com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para tratar da necessidade de recompor a verba para realização do censo Agropecuário.

“O censo vai acontecer. Acho que todas as pessoas em Brasília têm sensibilidade para isso”, afirmou Castro, acrescentando que também está costurando apoio parlamentar ao levantamento.

Castro contou que já conseguiu o descontingenciamento do orçamento do IBGE para 2016, que tinha sido reduzido de R$ 203 milhões para R$ 180 milhões. Para o início dos trabalhos do censo, seriam consumidor outros R$ 266 milhões.

“É uma recomposição mínima, mas atende a atrasos de pagamentos a que estávamos informando. É porque R$ 203 milhões já era o número original, que tinha sido cortado para R$ 180 milhões”, disse ele.

Segundo Castro, o adiamento do Censo Agropecuário – que originalmente deveria ter começado em 2015 para ser divulgado em 2017 – pode ter como aspecto positivo uma modernização da metodologia, que passaria a incluir informações também sobre meio ambiente e sustentabilidade.

“Um País que gasta 500 censos agropecuários só para rolar sua dívida, acho que pode gastar R$ 1 bilhão para fazer um censo agropecuário”, disparou.

Outras duas demandas que o novo presidente discutirá com o Ministério do Planejamento, órgão ao qual o IBGE é subordinado, são a convocação imediata de 600 candidatos aprovados e homologados no último concurso e a modernização do parque de informática do instituto, para reforçar a segurança na geração, armazenamento e divulgação dos dados produzidos.

Castro reuniu-se na manhã desta segunda-feira, 1º, com integrantes da executiva nacional do sindicato dos trabalhadores do IBGE. O presidente contou que uma demanda dos representantes dos funcionários que precisar ser imediatamente atendida é “a necessidade absoluta de reposição de quadro (de servidores), sem o que ficará impossível realizar tarefas, principalmente em tempos de pico”, reconheceu.
“Tem colaboradores concursados e homologados, necessitando apenas de uma canetada que os incorpore. Esse é o assunto da hora”, disse o presidente.

Ele lembrou que o custeio do IBGE cresceu quase 30% a menos do que o do governo central nos últimos quatro anos. “O custeio do IBGE foi comprimido ao longo de 2016 de uma forma insuportável”, lamentou.

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