O volume de gás canalizado consumido no Estado de São Paulo registrou uma queda de 16,2% em 2016 na comparação com o ano anterior, segundo um estudo da Secretaria Estadual de Energia e Mineração divulgado antecipadamente para o Broadcast, serviço de notícias me tempo real do Grupo Estado. Foram utilizados 5,03 bilhões de metros cúbicos (m3) de gás em todo estado no ano passado, abaixo dos cerca de 6 bilhões de m3 registrados em 2015.
Esta foi a terceira queda consecutiva do consumo de gás em São Paulo, após o recorde de 6,2 bilhões de m3 utilizados em 2013. O secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles, destacou que a queda é resultado da forte baixa observada nos segmentos industrial e de termogeração, de 7,5% e 71,7%, respectivamente.
Com a volta do período chuvoso e os reservatórios das hidrelétricas mais cheios, as usinas passaram a operar normalmente, fazendo com que as termelétricas fossem desligadas, o que representou uma diminuição de 676 milhões m3 de gás em 2016.
Já o setor industrial, responsável por 72,9% do consumo de gás natural no Estado, utilizou 3,8 bilhões de m3, ou 313 milhões de metros cúbicos de gás a menos em relação ao ano anterior. Meirelles lembrou que o gás canalizado é uma das principais fontes de energia para a indústria paulista e avaliou que a redução do consumo reflete a desaceleração da economia em 2016. A secretaria ainda não possui dados detalhados sobre os segmentos industriais que mais desaceleraram no ano passado, mas o secretário destacou que os maiores consumidores de gás no Estado são os segmentos de vidro e cerâmica. “Evidentemente houve redução da demanda destes segmentos, refletindo a queda expressiva na construção civil”, disse.
O setor residencial, por sua vez, que representa 4,5% do consumo total de gás em São Paulo, apresentou um crescimento expressivo, de 15,4%, na utilização de gás, enquanto o setor comercial cresceu 5,6%. Conforme a Secretaria Estadual de Energia e Mineração, essa evolução é resultado principalmente da expansão da rede de distribuição de gás canalizado pelo Estado.
Somente a Comgás, que atende municípios da região nordeste de São Paulo, incluindo a Região Metropolitana, anunciou no ano passado uma previsão de investimentos de até R$ 520 milhões ao longo de 2016, em grande parte destinados à expansão da rede. A meta da companhia era aumentar em até 126 mil o número de clientes – de todos os segmentos – ao longo do ano. Meirelles salientou que as outras concessionárias que operam no Estado, como a Gás Brasiliano, que opera no Centro-Oeste do Estado, e a Gas Natural Fenosa, que atende o sul paulista, também têm expandido suas operações.
Dezembro
Somente em dezembro, o consumo total de gás em São Paulo apresentou redução de 6,3% em relação ao volume comercializado no mesmo mês de 2016. Apesar do sinal negativo, o número foi ligeiramente melhor que meses anteriores. Meirelles evitou classificar o movimento como um início de retomada. “Seria imprudente falar de retomada, porque a queda ainda é muito grande, mas nossa sensibilidade indica que tanto o consumo de gás como o de energia começa a esboçar uma melhoria, que pode configurar uma retomada no segundo semestre”, disse.