Economia

Com reforma da Previdência, 2018 será de mais emprego, diz Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira, 1º de dezembro, que a aprovação da reforma da Previdência em 2017 resultará num 2018 de recuperação econômica e mais empregos. Ao comentar os dados do Produto Interno Bruto (PIB), anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de crescimento de 0,1% no terceiro trimestre, ele afirmou também que a reforma trabalhista já está ajudando a economia.

“A gente vai ter um 2018 com mais emprego, a economia vai crescer, as empresas vão voltar a investir a longo prazo no Brasil. A gente vai ter benefício para pessoas que de fato precisam muito”, afirmou o deputado, no Rio para um evento sobre segurança pública na Procuradoria Geral do Estado. “Não é tirar dinheiro de nenhum servidor, nem aposentadoria. É desmontar um desequilíbrio em que os que ganham mais trabalham menos e quem ganha menos trabalha mais. Não tem como financiar a Previdência sem construir esse pedágio, que não tira R$ 1 de ninguém.”

Maia criticou políticos que irão se candidatar em 2018 sem votar favoravelmente à reformulação das regras previdenciárias. “Eu tenho tanta clareza de que quem está preocupado com as pessoas que ganham menos são os que querem fazer a reforma hoje, que vou continuar defendendo. Não consigo entender como alguém vai para a eleição prometendo alguma coisa para as pessoas que precisam do Estado sem discutir a Previdência. Quem faz isso, do meu ponto de vista, está mentindo muito.”

O presidente da Câmara ainda comentou a projeção do PIB pelo IBGE. “O mais importante é que está se projetando crescimento de 3% do próximo ano, o que vai significar recuperação forte do setor produtivo, geração de emprego. A reforma trabalhista está ajudando. Se nós tivermos a condição de convencer os deputados de que a gente pode ter a da Previdência, vai estar ajudando o resultado da economia. Se a gente olhar como estava ano passado, com queda de 10% no PIB, desemprego em 14 milhões de pessoas, descontrole das contas públicas, vemos que temos um Brasil que cresce, mesmo lentamente.”

Segurança pública

No Rio para um evento sobre segurança pública na Procuradoria Geral do Estado, o presidente da Câmara dos Deputados, disse ainda que, sem a reforma da Previdência, não há como financiar políticas públicas para o setor, de modo a baixar os índices de criminalidade no Rio e em outros Estados.

“O que impede os investimentos é que todo ano as nossas despesas crescem R$ 60 bilhões. É uma conta que não fecha. Ou a gente controla o gasto ou todas as nossas fontes de receita serão engolidas. Se a gente não fizer a reforma, não terá dinheiro para a segurança pública nem para outras áreas”, afirmou Maia. “Precisamos pensar como nós, com toda a crise, vamos conseguir financiar todas as políticas prioritárias do governo, mas principalmente as da segurança pública. Se gastos obrigatórios, como a Previdência, continuarem crescendo, não tem jeito.”

Ele disse que o governo federal vem se omitindo há várias gestões no tocante à responsabilidade no combate à violência no Rio, à exceção do presidente Michel Temer (PMDB). “É como se os crimes cometidos aqui no Rio, principalmente pelo tráfico de drogas e armas, fossem crimes estaduais, sem participação de temas federais. Essa omissão passou por todos os governos, nenhum teve vontade ou coragem de criar uma secretaria exclusiva, à parte, vinculada ao presidente, para o tema da segurança pública”, pontuou. “Agora vejo uma preocupação de fato por parte do presidente Michel Temer, e mesmo assim, ele não teve as condições, não conseguiu exatamente criar essa estrutura e pensar em mudanças, inclusive na própria Constituição, que tirem essa omissão da necessária participação, ou mais do que isso, coordenação, por parte do governo federal no tema da segurança pública.”

Maia tem se mostrado cético quanto à possibilidade de o governo conseguir para breve os 308 votos de que necessita para aprovar a reforma da Previdência na Câmara, por se tratar de uma matéria vista por parte dos parlamentares como impopular.

Ele vem sendo tachado de excessivamente pessimista, mas sustenta que é apenas realista, e que só votará a reforma se houver chance real de vitória pelo governo. A base teme que a demora na Câmara faça com que a apreciação pelo Senado se dê numa época próxima às eleições de 2018, o que tornaria a aprovação na casa ainda mais difícil, diante do temor dos senadores de perder eleitores.

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