Economia

Sacolas plásticas serão extintas dos supermercados a partir de amanhã

Termo de cooperação foi assinado entre o Governo do Estado em maio do ano passado

A partir desta quarta-feira, os consumidores não encontrarão mais as sacolinhas plásticas descartáveis nos principais supermercados varejistas. A data, 25 de janeiro, foi firmada por meio de um Termo de Cooperação assinado com o Governo do Estado de São Paulo, em maio de 2011, que apóia a campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, iniciativa da Associação Paulista dos Supermercados (APAS).

A adesão das três grandes redes – Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart -contribui para que mais de 1,7 bilhão de sacolas descartáveis deixem de ser distribuídas em suas 600 lojas no Estado. Outro apoio veio da rede Sonda, com 24 lojas na grande São Paulo. No total, os supermercadistas associados à APAS somam 2.600 lojas em todo o Estado.

Como alternativa aos clientes, os supermercados irão oferecer, a preço de custo, sacolas biodegradáveis compostáveis – confeccionadas com amido de milho, mandioca e batata – e sacolas reutilizáveis. Além de incentivar outras formas de transporte, como a utilização de caixas plásticas dobráveis, carrinhos de lona, carrinhos dobráveis e as caixas de papelão, distribuídas gratuitamente, desde que haja em estoque.

"Já separei duas caixas de cesta básica para ficar no porta-malas do carro. Em uma vou colocar os produtos alimentícios e em outra colocarei os produtos de limpeza. Com esse tipo de atitude estarei ajudando a preservar o meio ambiente", disse o motorista André Melquiades, 26 anos.

Em Guarulhos, todas às quintas-feiras, as seis lojas do Extra já realizavam a substituição de sacolas descartáveis por uma opção mais sustentável. Desde setembro, as unidades do Cocaia e do Internacional Shopping foram as primeiras a participar da iniciativa.

Embalagens são utilizadas para descarte de lixo doméstico

A campanha estadual Vamos Tirar o Planeta do Sufoco é uma iniciativa que tem como objetivo conscientizar a sociedade quanto aos impactos sociais e ambientais do consumo exagerado de sacolinhas descartáveis. Mas, os consumidores questionam como descartarão o lixo com a extinção das sacolas plásticas.

"Vou ter que buscar outra alternativa, porque só utilizo as sacolinhas descartáveis para jogar fora o lixo de casa. Essa é a desvantagem da campanha, que obriga a população a encontrar uma nova opção para descartar o lixo doméstico", comenta a assistente social, Roseli de Carvalho, 44 anos.

De acordo com os representantes da campanha, as sacolinhas deixam uma trajetória de estragos – entopem bueiros, provocam enchentes, poluem rios e causam a morte por asfixia de inúmeras espécies de animais, contaminando o meio ambiente durante as centenas de anos que demoram para se decompor.

A sacolinha descartável à base de petróleo leva de 100 a 300 anos para ser incorporada ao solo. Já a sacola biodegradável é feita de material renovável (amido de milho, mandioca e batata) e se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem ou em dois anos em aterro.

Idecon vai à justiça para impedir a extinção

A direção do Idecon (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor), representada pelo presidente Reginaldo Araújo Sena e o departamento jurídico, protocolou na última quinta-feira, uma ação civil pública contra a APAS e o Governo do Estado. O pedido de liminar visa à suspensão da campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, que extingue o fornecimento de sacolas plásticas descartáveis nos supermercados.

Segundo o presidente da Idecon, a ausência de embalagens para o transporte dos produtos que são comprados nos supermercados é ilegal. "Temos direito à embalagem, não podemos levar carne no carrinho de feira ou em caixa de papelão, é uma questão de saúde pública. Também não podemos pagar por sacolas, se o estabelecimento tem a obrigação de fornecer, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor".

Sena diz que os supermercados zelam pela preservação ambiental, mas estão obrigando a sociedade a descartarem o lixo em sacos que contém uma quantidade superior de plástico, que demora muito mais tempo para se decompor. O presidente da Idecon relata que os supermercados vão ganhar quatro vezes mais com a abolição das tsacolinhas. "Não haverá mais o gasto com a fabricação das sacolas; haverá lucro com a venda de sacolas reutilizáveis e sacos para lixo", ressaltou Senna.

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