Diante da falta de reação do mercado de veículos no Brasil, a produção de motocicletas apresentou mais uma queda em setembro. No mês, foram fabricadas 80.489 unidades, recuo de 13,3% em relação ao nível de agosto e baixa de 32,2% na comparação com setembro do ano passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 7, pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
No acumulado de janeiro a setembro, o volume produzido apresenta retração de 31% ante igual intervalo de 2015, para 712.870 unidades, o menor volume para o período desde 2003. “As medidas (do governo) para a retomada da economia ainda não foram alinhadas, mantendo o compasso de espera”, afirmou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, em nota distribuída à imprensa.
Sem a retomada, as vendas ao consumidor também continuam em queda. Em setembro, 66.822 motocicletas foram emplacadas, baixa de 12,6% em relação a agosto. No acumulado do ano a retração é de 27,1%, para 687.280 unidades.
Para Fermanian, o desempenho do mercado em setembro foi prejudicado pela greve bancária, que se estendeu por mais de30 dias. “Estima-se que cerca de 4 mil motocicletas poderiam ter sido emplacadas (em setembro), entre consórcios e financiamentos”, afirmou.
As vendas no atacado (das fábricas para concessionárias) seguiram o mesmo caminho e caíram 8,4% na comparação com agosto, para 76.268 unidades. Na comparação com setembro do ano passado, houve declínio de 26,9%. No ano, as vendas acumulam contração de 28,7%, para 683.453.
As exportações, por sua vez, apresentaram queda menos intensa no mês. Os embarques para o exterior somaram 4.298 unidades em setembro, retração de 5% em relação a agosto e baixa de 55,9% sobre o volume de igual mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, as exportações chegam a 43.752, contração de 4,7% sobre os nove primeiros meses de 2015.