Em um dia sem grandes novidades, o mercado de câmbio viveu de expectativas: em torno da divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e da decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Nesse contexto, o dólar fechou em leve alta, contrariando o sinal vindo do exterior.
O dólar à vista no balcão terminou com avanço de 0,28%, a R$ 3,1527, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1301 (-0,44%) e a máxima de R$ 3,1601 (+0,51%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,297 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril subia 0,32% por volta das 17h15, a R$ 3,1695. O volume financeiro somava US$ 11,906 bilhões. A divisa norte-americana recuava levemente ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como dólar australiano (-0,25%), o rand sul-africano (-0,21%) e a rupia indiana (-0,51%).
Hoje, após presidir uma sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal, Janot não respondeu à pergunta da imprensa sobre quando ele pretende enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de novas investigações de pessoas com foro privilegiado com base nas delações dos executivos da Odebrecht. “Vamos trabalhar, trabalhar, trabalhar”, respondeu o procurador.
A meta da PGR era remeter nesta segunda-feira ao Supremo os pedidos de abertura de cerca de 80 inquéritos, que se somarão aos já existentes no STF no âmbito da Lava Jato. O grupo que auxilia Janot na Lava Jato passou o fim de semana inteiro trabalhando na finalização do material sobre as delações, mas não há garantia de que o prazo estimado, de entregar hoje, será alcançado.
“O mercado vem numa postura cautelosa há alguns dias. O petróleo, que poderia se recuperar e ajudar no apetite por risco, segue agonizando”, comenta um operador. O petróleo WTI caiu 0,19% hoje, para US$ 48,40 o barril, com os investidores atentos ao aumento da produção nos EUA.