Internacional

General e coronel reivindicam comando de Burkina Faso

A renúncia do presidente de Burkina Faso Blaise Compaore, na sexta-feira (31), provocou uma luta entre dois militares pelo controle da país do Oeste Africano. Logo após a renúncia de Copaore, o general do Exército, Honore Traore, anunciou rapidamente que estavam assumindo o cargo deixado pelo presidente, após manifestantes invadirem o Parlamento e incendiarem o edifício, pondo fim a um reinado de 27 anos. No entanto, horas depois, um coronel fez a mesma declaração.

O coronel Yacouba Zida disse que lideraria a transição do país de volta à democracia em um comunicado gravado e publicado neste sábado no site da estação nacional de televisão. “Enquanto nós esperamos para definir uma maneira consensual, com todo os partidos políticos e organizações de sociedades civis, os contornos e a composição dessa transição democrática pacífica, eu assumirei, a partir de hoje, as responsabilidades da chefia dessa transição e de chefe de Estado”, afirmou Zida.

Não houve sinalizações na noite de sexta-feira de que Zida estava aplicando um golpe de estado ao anunciar que as fronteiras do país tinham sido fechadas, um comitê de transição, estabelecido, e a constituição suspensa.

Mas, neste sábado, Traore disse a um grupo de jornalistas que assumiria a presidência até que as eleições fossem convocadas. Não ficou imediatamente claro se o general tinha aceitado o anúncio de Zida hoje.

Quando renunciou, Compaore afirmou que uma eleição seria realizada em 90 dias, mas Zida disse que “extensão e composição do corpo transitório seriam decididas mais tarde”.

Ontem, manifestantes antigoverno se reuniram em Uagadugu, capital do Burkina Faso, um dia depois de suas manifestações violentas levarem o presidente a concordar em abandonar o cargo no próximo ano, após o período de transição. Os manifestantes invadiram o Parlamento na quinta-feira para evitar que os parlamentares votassem para permitir que Compaoré conseguisse mais um mandato. Em resposta, foi declarado estado de emergência, os militares anunciaram a dissolução do Parlamento e prometeram um governo interino que inclua todas as partes. Compaoré afirmou que iria liderar o governo de transição até as eleições do próximo ano e, em seguida, abandonaria o poder.

A rápida sucessão dos eventos pegou muitos de surpresa, visto que Campaore tinha conseguido vencer seus adversários por muito tempo e tinha se tornado nos últimos anos um importante mediador regional. Burkina Faso acolhe as forças especiais francesas e é um importante aliado da França e os Estados Unidos na luta contra militantes islâmicos na África Ocidental.

No entanto, o presidente francês, François Hollande, “saudou” rapidamente a decisão de Compaore de renunciar. Já a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, pediu eleições democráticas em Burkina Faso. “Nós condenamos qualquer tentativa de militares, ou de outros partidos, de se aproveitar da situação para ganhar poder inconstitucionalmente”, disse Psaki em um comunicado emitido no final de sexta-feira. Ela pediu também que todos os partidos respeitem a participação da população n processo democrático. Fonte: Associated Press.

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