Internacional

Líderes manifestantes rendem-se mas não são presos em HK

Três criadores do movimento de desobediência civil, que ajudou a dar início aos protestos que pedem mais democracia em Hong Kong, não foram detidos pela polícia nesta quarta-feira, após tentarem se render numa ação para encerrar as manifestações de rua, cada vez mais violentas, no território chinês.

Os professores Benny Tai Yiu-ting e Chan Kin-man e o pastor Chu Yiu-ming não foram indiciados, mas as autoridades dizem que os protestos que bloqueiam as ruas do centro financeiro há mais de dois meses são ilegais.

Em comunicado, os professores e o pastor disseram que a decisão de rendição foi uma mensagem mostrando que eles estão prontos para respeitar a lei. “Render-se não é fracassar. É uma denúncia silenciosa a um governo desumano”, afirmaram.

A tentativa de rendição deve ter pouca influência sobre os estudantes manifestantes, que continuam a ocupar dois locais de protesto após uma violenta noite de confrontos com a polícia no início da semana, durante a retirada de manifestantes que tentavam cercar os prédios da sede do governo.

Os três fundadores do Occupy Central with Love and Peace estavam acompanhados por dezenas de partidários, que também pretendiam se entregar, assim como de uma multidão de pessoas, que pediam que eles fossem detidos.

Tai disse que o trio forneceu detalhes à polícia e sugeriu que eles deveriam ser detidos por participar de uma reunião não autorizada. Mas a polícia disse a eles que estavam livres para ir embora, já que não eram procurados por qualquer delito, informou Tai após deixar a delegacia.

O objetivo do Occupy Central é fechar as ruas do centro financeiro da cidade para pressionar o governo a promover mais democracia no território semiautônomo.

Mas a campanha foi tomada pelos estudantes, que compõem a maioria dos ativistas e que rapidamente deram início a seu próprio protesto, ocupando as ruas do lado de fora do complexo de escritórios do governo. Em resposta, os fundadores do Occupy Central desistiram de seu plano original e anunciaram a junção com os estudantes em 28 de setembro.

O objetivo dos protestos é fazer com que o governo permita que qualquer pessoa se candidate a executivo-chefe de Hong Kong, o cargo mais alto na administração local, que será escolhido por eleição direta pela primeira vez em 2017. O governo central chinês diz que só permitirá a participação de candidatos escolhidos por Pequim. Fonte: Associated Press.

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