Internacional

Líderes de direitos civis criticam não indiciamento de policial

Líderes de grupos de defesa dos direitos civis criticaram a decisão de um júri popular de não indicar o policial branco Daniel Pantaleo pela morte, após uma chave de braço, de um homem negro desarmado. Milhares de pessoas saíram às ruas de várias partes dos Estados Unidos para uma segunda noite de protestos.

O caso de Eric Garner – combinado a decisão de outro júri popular na semana passada de não indiciar outro oficial branco pela morte de Michael Brown, de 18 anos em Ferguson, Missouri – deu início a um debate nacional sobre raça, treinamento policial e o processo envolvendo júris populares. Ao contrário dos disparos feitos contra Brown, que também estava desarmado, a captura de Garner foi filmada por uma pessoa que estava no local.

Na quinta-feira, um dia depois dos protestos em Nova York e outras cidades do país, líderes de defesa dos direitos civis depositaram suas expectativas numa investigação federal a respeito do caso de Garner. Manifestantes protestaram pela segunda noite carregando réplicas de caixões pela ponte do Brooklyn, além de saírem às ruas em cidades como Denver, Detroit e Minneapolis. Políticos e outros profissionais discutiram a respeito da melhora do treinamento de policiais, câmeras presas aos uniformes e alterações no processo envolvendo júris populares com o objetivo de restaurar a confiança no sistema judiciário.

Em meio a essas tensões, o procurador-geral Eric Holder apresentou os resultados de uma investigação sobre a polícia de Cleveland, em Ohio, iniciada em razão de vários conflitos com a polícia, que ganharam bastante publicidade. O relatório do Departamento de Justiça mostrou que a polícia da cidade tem usado força excessiva ou desnecessária com muita frequência, é mal treinada em táticas de ação e uso e arma de fogo, além de representar um perigo para a população e para seus colegas por causa de sua imprudência.

Os resultados da investigação foral divulgados uma semana depois de centenas de pessoas terem bloqueado uma via expressa em Cleveland para protestar contra os assassinatos de Garner e Brown, além da morte a tiros de um menino negro de 12 anos por um policial negro em Cleveland. A polícia disse que o oficial pensou que o menino segurava uma arma de fogo, mas na verdade era uma arma de ar comprimido, que dispara balas de plástico.

Garner, de 43 anos, morreu quando os policiais tentavam detê-lo por vender cigarros contrabandeados na rua. O vídeo, feito por uma pessoa que estava no local e visto muitas vezes na internet, mostra Garner dizendo ao grupo de policiais que o deixasse em paz quando tentavam prendê-lo. O policial Daniel Pantaleo respondeu passando o braço ao redor do pescoço de Garner, no que parece uma chave de braço, manobra proibida pelas regras do Departamento de Polícia de Nova York.

É possível ouvir Garner, que tinha asma, repetindo várias vezes “não consigo respirar!”. Posteriormente, ele morreu no hospital. Fonte: Associated Press.

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