Internacional

Deputados gregos podem escolher novo presidente do país nesta quarta-feira

Os integrantes da Câmara dos Deputados da Grécia participam nesta quarta-feira do primeiro turno da eleição presidencial, processo que pode levar ao colapso do governo caso o único candidato não seja escolhido hoje nem nas outras duas etapas previstas em lei.

A votação acontece em meio a negociações estagnadas entre a Grécia e seus credores internacionais, que socorreram o país após a crise dívida, iniciada em 2010. A instabilidade política deixou os mercados internacionais nervosos, o que elevou os custos de crédito do país e provocou quedas na bolsa de Atenas.

Há poucas chances de que o candidato do governo, o ex-comissário da União Europeia Stavros Dimas, seja eleito nesta quarta-feira, quando precisa dos votos de dois terços do Parlamento, composto por 300 integrantes.

Uma segunda rodada está prevista para 23 de dezembro e a terceira para 29 de dezembro, quando 180 votos são suficientes para a escolha do novo chefe de Estado, o que evitaria a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas.

Embora os deputados votem para escolher o presidente, o cargo é cerimonial e a verdadeira questão é se a coalizão de governo será mantida no poder ou se os gregos escolherão um novo governo antes do previsto.

O gabinete do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras emitiu um comunicado horas antes do pleito dizendo que o voto em Dimas não é um voto no governo, mas representa uma decisão “para evitar uma aventura política que pode se mostrar fatal para o curso do país”.

O partido de oposição, o esquerdista Syriza, vem pedindo eleições parlamentares antecipadas há tempos e faz campanha prometendo renegociar os compromissos do resgate grego. Esta possibilidade, as declarações sobre uma reversão das reformas e a probabilidade de a Grécia não pagar suas dívidas assustaram os mercados internacionais.

Na semana passada, Samaras anunciou a antecipação do voto presidencial, inicialmente marcado para o início de 2015. A medida torna possível a queda do governo no meio de seu mandato de quatro anos.

Para que Dimas vença, Samaras precisa garantir o apoio de pelos menos 25 deputados independentes e da oposição, mas menos de dez haviam declarado seu apoio ao candidato do governo. Fonte: Associated Press.

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