Com o intuito de tirar o quanto antes da pauta da Câmara dos Deputados a denúncia contra ele, o presidente Michel Temer quer que a sua defesa seja apresentada na próxima quarta-feira, 5, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De acordo com interlocutores do presidente, o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira já trabalha na defesa desde que a denúncia foi apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no último dia 26, e os dois, em conversa no último sábado, 1, acertaram que há condições de que os argumentos do presidente estejam prontos até quarta.
Segundo um auxiliar do presidente, Mariz deve destacar na defesa a argumentação que já tem sido externada por Temer de que as provas – como a gravação com Joesley Batista – são ilícitas e que há vício na origem da denúncia.
Auxiliares do presidente ressaltam ainda que, com a entrega na quarta-feira, há condições de que a denúncia seja apreciada em plenário antes do recesso, no próximo dia 17. Apesar do otimismo, um interlocutor do Planalto reconheceu que o cenário é muito incerto e há vários fatores que fogem do controle do governo, como uma possível obstrução ou pedido de vista.
Na terça-feira, 4, Temer deve receber uma romaria de parlamentares no Palácio do Planalto para continuar a articulação na tentativa de obter os 172 votos necessários para derrubar a denúncia no plenário.
O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve escolher na terça, 4, o relator da denúncia. O responsável pela relatoria terá cinco sessões, após a manifestação da defesa, para apresentar seu parecer.
O andamento da denúncia da Casa depende da abertura de sessões plenárias, já que os prazos são contados a partir de reuniões no plenário, seja para debates ou votações. Em tese, nas próximas duas semanas, há chances de haver pelo menos seis sessões plenárias – as próximas terças, quartas e quintas-feiras.