A vela do Brasil fechou neste domingo a sua participação no Mundial de Classes Olímpicas, na baía de Aarhus, na Dinamarca, com a quinta colocação da dupla Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino na Nacra 17. Os dois poderiam conquistar um pódio neste último dia de competições, mas a falta de ventos cancelou a medal race (regata da medalha) e tiveram que se contentar com a posição em que estavam. Pelo menos já tinham garantido a vaga olímpica ao país na última sexta-feira.
Além da Nacra 17, o Brasil obteve classificação na 49er FX, com o quarto lugar de Martine Grael e Kahena Kunze – campeãs olímpicas nos Jogos do Rio-2016 -; e na Laser, com João Pedro Souto de Oliveira em 19.º lugar no Mundial.
Agora, a equipe brasileira de vela começa a voltar o foco para os Jogos Olímpicos. O próximo compromisso importante do ano é o primeiro evento-teste em Enoshima, no Japão, em setembro.
“Conseguimos alguns resultados expressivos, como a vaga do Laser, um resultado obtido por um velejador muito jovem, o que é promissor. No 49er FX, tivemos um quarto lugar que, para quem estava vindo de um ano de inatividade, é um excelente resultado. A Martine e a Kahena treinaram menos de um mês aqui em Aarhus e competiram contra várias adversárias que estavam no melhor do seu potencial. Outro resultado excepcional é o quinto lugar do Nacra, melhor resultado brasileiro na classe até o momento. Agora é partir para obter a vaga das classes que não conseguiram em Aarhus”, disse Torben Grael, coordenador técnico da equipe brasileira.
No mês de setembro, uma delegação de velejadores brasileiros vai para Enoshima para o primeiro evento-teste, a fim de conhecer a raia olímpica. “O objetivo é a gente ter o primeiro contato com a raia de Enoshima. É o mesmo local da última Olimpíada no Japão (em 1964), de condições variadas. Pode ter de vento fraco a onda e muito vento. Inclusive com passagem de algum furacão, o que não é incomum no Japão. É importante ir para ter conhecimento das condições, testar nossas instalações e ver se funciona. No ano que vem, vamos com um planejamento de replicar exatamente o que vamos ter nos Jogos”, afirmou Torben Grael.
O Mundial na Dinamarca foi a primeira competição classificatória para os países rumo a Tóquio-2020. As classes que ainda lutam por vaga terão novas oportunidades de carimbar passaporte para o Japão nos Campeonatos Mundiais de 2019 e nos eventos continentais de classificação.
A definição de quais atletas vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos será feita ao longo dos próximos dois anos, de acordo com os critérios técnicos estabelecidos pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), baseando-se nos resultados das principais competições nacionais e internacionais.
“O Mundial da World Sailing, com todas as classes juntas, sempre dois anos antes das Olimpíadas, é um campeonato difícil, com grande participação. Nível técnico fortíssimo. Muita gente vem tentar vaga olímpica aqui, por ser a primeira qualificação. A gente sai com três vagas. Foi um bom campeonato para o Brasil”, encerrou Torben Grael.