Os juros futuros encerraram em baixa a sessão regular desta sexta-feira, 28, do segmento BM&F. O movimento foi definido na parte da tarde, em linha com a queda do dólar e com a percepção de que a adesão à greve geral no País ficou abaixo do esperado e não deve interferir no andamento das reformas no Congresso.
Ao final da etapa regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (147.185 contratos) fechou com taxa de 9,480%, de 9,505% no ajuste anterior. A taxa do DI janeiro de 2019 (186.270 contratos) caiu de 9,42% para 9,35%. O DI janeiro de 2021 (189.965 contratos) encerrou em 10,00%, de 10,09%.
As taxas abriram para cima, em linha com a pressão de alta vista no dólar e diante da cautela sobre o andamento da greve geral, que parou o transporte público nas principais cidades do País em parte do dia. A depender da evolução do movimento, o mercado temia que a pressão das ruas pudesse complicar ainda mais o cenário de aprovação das reformas trabalhistas e da Previdência.
No começo da tarde, contudo, houve alívio nos prêmios. Passada a Ptax de fim de mês que vai balizar a liquidação de contratos de derivativos cambiais, o dólar desacelerou a alta e migrou para o campo negativo, com ajuda ainda do exterior, onde a divisa se enfraqueceu ante moedas de países emergentes.
Além disso, o cenário pessimista do mercado sobre o resultado da greve não se confirmou. “Havia uma certa preocupação com o tipo de repercussão que poderia ter, que se diluiu durante o dia. A paralisação praticamente se resumiu à mobilidade urbana”, disse o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno.
Perto do fechamento, cerca de 500 manifestantes ligados à Conlutas, CGTD e outras centrais sindicais se concentravam no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Coordenadores do ato discursavam num carro de som. No Rio, havia confronto entre policiais e manifestantes no centro da cidade.