O governo central registrou um déficit primário de R$ 29,371 bilhões em maio, o pior desempenho para o mês desde 1997, quando teve início a séria histórica do primário. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o superávit de 12,570 bilhões de abril.
O resultado de maio foi pior do que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 18,6 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 22 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou fora do intervalo das estimativas, que foram de déficit de R$ 27,7 bilhões a déficit de R$ 12,1 bilhões.
Entre janeiro e maio deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 34,984 bilhões, também o pior desempenho para o período na série histórica. Nos cinco primeiros meses do ano passado, esse resultado era negativo em R$ 23,716 bilhões.
Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 167,6 bilhões – equivalente a 2,59% do Produto Interno Bruto (PIB). Para este ano, a meta fiscal admite um déficit de R$ 139 bilhões nas contas do governo central.
As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um déficit primário de R$ 11,346 bilhões em maio. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 35,044 bilhões. As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 117 milhões em maio e de R$ 361 milhões no acumulado do ano até o mês passado.
No mês passado, o resultado do INSS foi um déficit de R$ 18,025 bilhões. Já no acumulado de janeiro a maio, o resultado foi negativo em R$ 70,027 bilhões. Para o ano, a estimativa do Tesouro é de um rombo de R$ 184,2 bilhões na Previdência Social.
Receitas e despesas
O resultado de maio representa queda real de 0,6% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 12,7%. No ano até maio, as receitas do governo central recuaram 1,7% ante igual período de 2016, enquanto as despesas caíram 1,1% na mesma base de comparação.