Economia

Conduzido pelo exterior, dólar cai ao menor nível desde delação s R$ 3,1850

O dólar no mercado à vista teve nesta sexta-feira, 14, a quinta queda em seis dias, acumulando perdas de 3,54% no período. A moeda fechou em baixa de 0,75%, aos R$ 3,1850 – menor valor desde 17 de maio, aos R$ 3,1340 – dia em que foi divulgada a denúncia do empresário Joesley Batista, dono da JBS, contra o presidente Michel Temer e o seu ex-assessor Rodrigo da Rocha Loures.

Os ajustes do dólar foram conduzidos sobretudo pelo exterior, segundo os profissionais de câmbio. Com a agenda política mais fraca em Brasília nesta sexta, os principais catalisadores das vendas da moeda foram os dados da economia dos Estados Unidos piores que o previsto, que indicam na visão dos analistas financeiros menores chances de elevação de juros no país neste ano.

Frustraram as expectativas, entre eles o índice de inflação ao consumidor, vendas no varejo e sentimento do consumidor elaborado pela Universidade de Michigan, divulgados hoje. O sentimento do consumidor recuou de 95,1 em junho para 93,1 na preliminar de julho, ante expectativa de 94,7 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. A inflação ao consumidor ficou estável entre maio e junho, quando a projeção era de avanço de 0,1%, e as vendas no varejo baixaram 0,2% no período, contrariando expectativa de alta de 0,1%.

Com isso, tesourarias de instituições financeiras, investidores estrangeiros e exportadores deram continuidade ao movimento de redução de posições cambiais compradas, que foi desencadeado na sexta-feira da semana passada, dia 7.

Para o diretor da corretora Correparti Jefferson Rugik, o dólar caiu acompanhando a fraqueza da moeda americana no exterior, após os números piores divulgados nesta sexta da agenda americana. Adicionalmente, o clima mais ameno na seara política e o fluxo cambial mais vendedor do que comprador contribuiu para o movimento, uma vez que o exportador segue vendendo dentro da sua necessidade de caixa e o investidor estrangeiro continuou trazendo recursos para participar dos futuros IPOs.

O economista-chefe da Guide Investimentos, Ignácio Crespo, disse que o ajuste do dólar esteve ligado ao ambiente externo positivo para os ativos de risco, e o real se incluiu, mas sem destaque em relação a outras divisas emergentes e ligadas a commodities.

“O risco Brasil continuou hoje a sua sequência de quedas, influenciado pela queda do dólar, alta do petróleo e as perspectivas menores de elevação de juros nos EUA”, diz Crespo. Às 17h23 desta sexta, o risco Brasil recuava 1,77%, para 223,773 pontos-base, informou a CM Capital Markets.

No mercado futuro, o contrato de dólar para agosto fechou com queda de 0,75%, aos R$ 3,1850. Durante a sessão, registrou mínima aos R$ 3,1890 e máxima, aos R$ 3,2215. O giro movimentado somou cerca de US$ 12,981 bilhões.

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