O Bradesco reportou lucro líquido recorrente de R$ 4,862 bilhões no quarto trimestre de 2017, cifra 10,9% maior que no mesmo intervalo do ano anterior, de R$ 4,385 bilhões. Em relação ao resultado dos três meses anteriores, de R$ 4,810 bilhões, o montante foi 1,1% superior.
O lucro de R$ 4,862 bilhões, ficou em linha com as projeções de analistas do mercado. A média de seis casas consultadas no Prévias Broadcast (BB Investimentos, BTG Pactual, Citi, Deutsche Bank, JPMorgan e UBS) indicava um resultado de R$ 4,870 bilhões no período.
O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
O aumento do lucro líquido recorrente no período foi possível, conforme explica o Bradesco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, por conta, do maior resultado com margem financeira, o desempenho de seguros, previdência e capitalização e receita de prestação de serviços. A outra ponta, explica a instituição, o banco foi impactado por maiores despesas com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, e ainda gastos administrativos.
No exercício de 2017, o lucro líquido recorrente do Bradesco totalizou R$ 19,024 bilhões, aumento de 11,1% em relação aos R$ 17,121 bilhões do exercício de 2016. Do total, R$ 13,490 bilhões, ou 70,9%, foram originados das atividades financeiras, e R$ 5,534 bilhões de operações de seguros, previdência e capitalização, representando 29,1%.
A carteira de crédito do Bradesco somou R$ 492,931 bilhões ao final de dezembro, aumento de 1,2% em relação a setembro, de R$ 486,864 bilhões. Em um ano, quando os empréstimos somaram R$ 514,990 bilhões, foi uma queda de 4,3%. A baixa no ano, segundo o banco, foi motivada ainda pela pessoa jurídica. Os empréstimos para esse público totalizaram R$ 317,462 bilhões no quarto trimestre, com queda de 7,4% em um ano. Em relação ao terceiro trimestre, porém, foi vista leve alta de 0,9%. Já a carteira de pessoa física alcançou R$ 175,469 bilhões, com elevações de 2,0% e 1,9%, respectivamente.
O Bradesco encerrou dezembro com R$ 1,298 trilhão em ativos totais, cifra 0,4% maior em um ano, de R$ 1,294 trilhão. Em relação a setembro, quando o montante ficou em R$ 1,312 trilhão, teve queda de 1,0%.
O patrimônio líquido do banco alcançou R$ 110,457 bilhões de outubro a dezembro, expansão de 10% em 12 meses, quando era R$ 100,442 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, quando totalizou R$ 110,301 bilhões, houve um pequeno aumento de 0,1%.
O retorno sobre o patrimônio líquido do Bradesco (ROE, na sigla em inglês) ficou estável em 18,1% ao final de dezembro ante setembro. Em um ano, porém, cresceu 0,5 ponto porcentual.
Ajustes
Considerando eventos extraordinários, o lucro líquido do Bradesco somou R$ 3,793 bilhões no quarto trimestre, aumento de 31,51% em relação ao terceiro trimestre, de R$ 2,884 bilhões. A diferença entre o lucro contábil e o recorrente foi de mais de R$ 1 bilhão no período e é explicada por R$ 600 milhões em amortização de ágio, R$ 278 milhões em impairment de ativos não-financeiros e R$ 191 milhões na linha “outros”. No ano, o lucro contábil do Bradesco somou R$ 14,659 bilhões, redução de 2,81% ante o resultado de 2016, de R$ 15,084 bilhões.
Carteira de crédito
O Bradesco divulgou, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, as projeções de desempenho para 2018 que, se confirmadas, sinalizam um ano melhor em termos de oferta de crédito. O banco espera que sua carteira cresça de 3% a 7% neste exercício na comparação com 2017.
No ano passado, a carteira de crédito do Bradesco encolheu 4,3%, em linha com o seu guidance para o período, que projetava retração de até 5%.
“Este guidance contém declarações prospectivas, as quais estão sujeitas a riscos e incertezas, pois foram baseadas em expectativas e premissas da Administração e em informações disponíveis no mercado até a presente data”, ressalta o Bradesco, em relatório.
Para a margem financeira de juros, o banco espera queda de até 4% neste ano. Na melhor das hipóteses, segundo a instituição, ficará estável.
As receitas de prestação de serviços do Bradesco devem crescer de 4% a 8% em 2018 na comparação com o exercício que passou. Para as despesas operacionais, que incluem gastos administrativos e de pessoal, a instituição estima queda de até 2% e, no pior cenário, aumento de até 2%.
Em relação à sua seguradora, que responde por quase 30% do lucro do banco, o Bradesco prevê aumento de 4% a 8% dos prêmios de seguros neste ano na comparação com 2017.
Por fim, o banco divulgou guidance para os gastos com a inadimplência. Desta vez, a instituição somou ainda sua projeção para impairment de ativos financeiros, que incluem as receitas com recuperação de créditos vencidos. Essa linha, conforme o banco, deve totalizar de R$ 16 bilhões a R$ 19 bilhões.