O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), criticou seus colegas deputados que, na sua avaliação, estão mais preocupados em se reeleger neste ano do que com os rumos e o futuro do País. O comentário é uma referência ao fato de o governo Michel Temer ainda não ter os votos necessários (308) para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara.
Em entrevista à Rádio Eldorado na manhã desta terça-feira, 6, Maia disse que os deputados estão com medo de não serem eleitos e ficam fazendo “oba-oba” com esse populismo. “Eles não estão discutindo o mérito da proposta, estão preocupados com o ano eleitoral”, disse, destacando que os parlamentares que não aderiram à proposta estão, na verdade, “se lixando para o País”. “Precisamos enfrentar o populismo, o bom político é o que sabe enfrentar situações difíceis, pensando no bem da população.”
Na entrevista, Maia reiterou os dois pontos inegociáveis para o governo dessa proposta: idade mínima de 65 anos para a aposentadoria e a igualdade de condições para os setores público e privado. “Acabar com os privilégios do setor público é importante”, emendou. Segundo ele, tirando esses dois pontos, “tudo é negociável”, desde que os parlamentares garantam os votos necessários para a aprovação da matéria.
O relator da reforma disse que a ideia do governo é colocar a medida em discussão na semana que vem, dia 19 de fevereiro, para votá-la até o final do mês. “Ela não pode passar deste mês (fevereiro).”
Na sua avaliação, se a medida não for votada este ano, os aposentados correm o risco de não receberem os seus proventos e a situação dos Estados ficará ainda mais difícil. “E se a reforma for feita em 2019, pelo novo presidente da República, com certeza será muito mais dura”. Pelas suas contas, o governo tem no momento cerca de 275 votos na Câmara, abaixo dos 308 necessários para a aprovação da medida em plenário.
Ainda nas críticas aos deputados que não apoiam essa reforma, Arthur Maia culpou também a parcela da população que vem criticando a medida, no seu entender, “por desinformação e por acreditarem nas mentiras” propagadas de que a reforma será prejudicial aos trabalhadores.