A Embraer espera ter uma definição sobre um eventual negócio com a Boeing ainda neste primeiro semestre, informou nesta quarta-feira, 28, o presidente da companhia brasileira, Paulo Cesar de Souza e Silva. Segundo ele, embora esse seja um acordo complexo, o mercado demanda uma resposta rápida e precisa ter claro se haverá ou não parceria. Desse modo, as negociações com a fabricante norte-americana não deveriam se alongar por muito mais tempo, afirmou. “Mas não há uma data específica.”
Ainda de acordo com o executivo, a saída de Raul Julgmann da pasta da Defesa não afeta negativamente as negociações. “O grupo técnico e o governo estão bem focados em realmente achar uma solução, em analisar. Eu acho que não vamos perder em nada com a saída do ministro, que estava realmente liderando, mas não quer dizer que o novo entrante não possa liderar da mesma forma”. Silva ainda não conversou com o novo ministro, e disse não saber sua posição em relação à possível combinação com a Boeing.
O presidente da Embraer reafirmou que ainda não existe estrutura definida para esse eventual acordo, e salientou que não há motivo para preocupação com demissões e enxugamento de operações no Brasil. “O projeto é justamente o contrário, para tornar a Embraer maior”, destaca Silva, acrescentando que a parceria resultaria na “maior empresa aeroespacial do mundo”.
Certificação
A Embraer recebeu nesta quarta-feira a certificação de três autoridades aeronáuticas para a operação comercial da aeronave E190 E2, a primeira da nova geração dos E-Jets. Além da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), também deram seus atestados ao jato a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, na sigla em inglês) e o órgão americano Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).
De acordo com o presidente da fabricante, com os três certificados conquistados, a Embraer estabelece um novo patamar na indústria. Em discurso na sede da empresa, Silva ressaltou ainda que o programa da segunda geração dos E-Jets está “rigorosamente” dentro do cronograma e também dentro do orçamento, algo que a “indústria não tem feito mais”.
Programada para abril, a primeira entrega do E190 E2 será para a companhia escandinava Widerøe, que atua no mercado de aviação regional e começará a operar o novo jato regularmente no mesmo mês.
A Widerøe assinou um contrato com a Embraer para até 15 jatos E2, sendo três pedidos firmes para o E190-E2 e direitos de compra para 12 aeronaves da nova geração. O pedido tem um preço de lista potencial de até US$ 873 milhões, se todos os direitos de compra forem exercidos.