Economia

Abrandamento de tensões comerciais entre EUA e China apoia bolsas de NY

A perspectiva de menor conflito comercial entre os Estados Unidos e a China voltou ao centro das atenções dos mercados acionários americanos nesta quinta-feira, 5. Em Nova York, as bolsas deram prosseguimento à recuperação vista no dia anterior e voltaram a subir, com forte avanço nas ações de energia e de gigantes de tecnologia, que deixaram para trás a maré baixista vista nas últimas semanas.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,99%, aos 24.505,22 pontos; o S&P 500 subiu 0,69%, aos 2.662,84 pontos; e o Nasdaq avançou 0,49%, aos 7.076,55 pontos. Já o índice de volatilidade VIX apresentou queda de 5,58%, aos 18,94 pontos, voltando a operar abaixo da marca psicologicamente importante dos 20 pontos.

Em evento na Virgínia Ocidental, Trump baixou o tom. O presidente americano disse ser amigo do líder chinês, Xi Jinping, e comentou que, no longo prazo, as relações comerciais entre os dois países serão “fantásticas”.

Apesar disso, o republicano não deixou de fazer críticas ao país asiático. “Durante muitos anos, vocês nunca viram um presidente dos EUA ir contra a China economicamente. Mas, agora, nós vamos fazer isso”, disse Trump, lembrando que o déficit comercial americano com Pequim foi de aproximadamente US$ 500 bilhões em 2017.

O cenário comercial traçado por Trump foi comprovado mais cedo. De acordo com o Departamento do Comércio dos EUA, o déficit comercial do país subiu 1,6% em fevereiro na comparação com o mês anterior, para US$ 57,6 bilhões, no maior nível desde outubro de 2008. Apesar disso, “não esperamos que o resultado ruim dure. Os levantamentos são consistentes com um crescimento muito maior nas exportações nos próximos meses, o que, juntamente com a desvalorização do dólar, deve garantir que o déficit comercial se amplie muito”, disse o economista Andrew Hunter, da Capital Economics.

“As ações operaram em um nível mais firme nesta quinta-feira, já que a perspectiva de negociações comerciais entre EUA e China diminuiu as preocupações dos agentes sobre uma possível guerra comercial”, disse a economista-chefe da Stifel Economics, Lindsey Piegza. A economista também lembrou que o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, comentou hoje que Washington deve fechar um acordo comercial com a China, derrubando as barreiras entre os dois países. “Tudo isso precisa ser discutido, negociado e finalmente alterado”, afirmou o assessor americano.

Entre as techs, a Amazon liderou o movimento de alta (+2,92%), acompanhada de Facebook (+2,73%) e Netflix (+1,74%). Já os preços do petróleo ajudaram companhias de energia, como Chevron (+2,45%) e ExxonMobil (+1,54%).

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