A 14ª edição do Feirão da Casa Própria, iniciada nesta sexta-feira, 04, deve oferecer 202 mil imóveis e movimentar R$ 15 bilhões em volume de negócios até o dia 27 de maio, quando se encerra. O evento, considerado o maior do setor de imóveis do País, conta com mais de 1.100 parceiros e será realizado durante três finais de semana. Neste ano, serão visitadas as cidades de de Porto Alegre (RS), Salvador (BA), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Uberlândia (MG), Brasília (DF), Belém (PA), Campinas (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE) e Recife (PE).
O feirão acontece após a Caixa anunciar a redução de até 1,25 ponto porcentual das taxas de juros do crédito imobiliário utilizando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo. Esse corte pode gerar uma economia de 15,6% no financiamento de um imóvel de R$ 500 mil, com prazo de 30 anos para quitação. Em gastos totais, a redução é de quase R$ 78 mil reais, saindo de R$ 1.113,2 milhão, quando valia a taxa antiga de 10,25%, para R$ 1.035 milhão, agora com juros a partir de 9%.
Segundo cálculos do economista e professor da B3 Alexandre Cabral, blogueiro do Estadão, a redução do preço pode alcançar R$ 171,4 mil para uma casa de R$ 1 milhão e R$ 257 mil para imóveis com valor venal de R$ 1,5 milhão. As simulações levam em conta um financiamento de 100%.
Financiamento – Neste ano, a Caixa tem R$ 82,1 bilhões para financiar a compra de imóveis. Para solicitar o crédito habitacional, os interessados devem apresentar apenas documento de identidade, CPF e comprovantes de renda e residência atualizados.
A redução na taxa de juros é válida para imóveis do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Além dessas linhas de crédito, a Caixa também oferecerá imóveis em todas as outras modalidades de financiamento, incluindo o programa Minha Casa Minha Vida.
O banco anunciou, ainda, o aumento de 50% para 70% da cota de financiamento de imóvel usado. A Caixa oferecerá, na feira, cerca de 11 mil imóveis próprios, por meio de licitação aberta, venda direta e leilão.
Mais cortes – Para o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) Miguel José Ribeiro de Oliveira o movimento da Caixa corrige uma rota que vinha sendo prejudicial para a própria instituição. “A Caixa decidiu reduzir o porcentual financiado do imóvel e aumentou os juros. Com isso, começou a perder mercado para outras instituições, que não seguiram o mesmo movimento”, conta Oliveira.
O executivo da Anefac explica que, em média, cada ponto de redução do financiamento imobiliário impacta com a redução de 10% no montante final a ser desembolsado com o crédito. Esse porcentual tende a crescer conforme o tempo para quitação da dívida.
Segundo ele, com a queda da taxa básica da economia, a Selic, pela metade, ainda há espaço para novos cortes no financiamento imobiliário da Caixa. “A Selic não deve subir tão cedo e ainda há espaço para a Caixa corta mais. Não devemos ter quedas grandes, mas alguma coisa ainda dá”, diz.
A Caixa Econômica Federal é hoje a principal instituição para concessão de crédito imobiliário, concentrando cerca de 70% das emissões, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Calendário
4 a 6 de maio: Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e São Paulo (SP)
18 a 20 de maio: Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e Uberlândia (MG)
25 a 27 de maio: Brasília (DF), Belém (PA), Campinas (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE) e Recife (PE).