Caminhoneiros protestaram nesta quarta-feira, 16, contra os aumentos nos preços do óleo diesel impedindo o acesso de veículos ao Porto de Santos. Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o protesto atrapalhou o transporte de carga para o local, mas não houve incidentes. “O acesso de veículos rodoviários de carga às instalações do Porto de Santos ficou comprometido, apesar de o sistema de agendamento de caminhões, realizado previamente, ter acusado forte redução na demanda, já em virtude do protesto anunciado”, disse a Codesp em nota. “O movimento afetou significativamente as operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais.” Já as operações de carga e descarga de navios ocorreram normalmente, conforme a Codesp. A companhia ressaltou que não houve registro de qualquer incidente decorrente das manifestações na área portuária.
De acordo com a Codesp, os manifestantes se concentraram sobretudo em dois pontos: na rotatória da Alemoa e ao longo da Rua Xavier da Silveira. Nesses locais houve maior fiscalização por parte da Guarda Portuária (Gport) e da Polícia Militar (PM). A Codesp informou, ainda, que nesta quinta-feira, 17, será realizado balanço a partir dos dados consolidados pelo sistema de agendamento, quando será possível ter uma dimensão do represamento do tráfego de cargas pelo modal rodoviário.
Na segunda-feira, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) ameaçou fazer uma paralisação geral em nível nacional dos transportadores caso não obtenha apoio do governo federal para as suas reivindicações sobre o custo do diesel. A associação protocolou ofício na Presidência da República e Casa Civil para cobrar medidas do governo contra os aumentos do combustível e pela redução dos tributos sobre o diesel, segundo nota. A associação sugere que o governo federal crie um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo destinado ao custeio de um programa para aquisição de diesel ou um sistema de subsídio para aquisição do combustível por parte dos transportadores autônomos.
Segundo a nota, as recentes paralisações feitas em rodovias do País refletem o desespero e a insatisfação da categoria, “que não tem seus pleitos ouvidos pela governo”. “Além da correção quase que diária dos preços dos combustíveis realizada pela Petrobras, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS e Cofins, majorados em meados de 2017 com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios.”