Economia

Dólar tem segundo dia de queda, com cenário externo a favor e BC atuante

O dólar caiu pela segunda sessão consecutiva e fechou nesta terça-feira, 22, valendo R$ 3,6441 (-1,09%). Assim como ontem, a moeda operou em baixa durante todo o pregão – oscilou da mínima de R$ 3,6296 (-1,48%) à máxima de R$ 3,6670 (-0,46%). O giro ficou em US$ 797 milhões. O dólar para junho, perto das 17h20, caía 0,91%, a R$ 3,6470, e movimentava US$ 19,4 bilhões.

Em duas sessões que contaram com a mão mais pesada do Banco Central, com três vezes mais contratos de swap cambial ofertados, a moeda americana acumula queda de 2,5%. O cenário externo também favoreceu a nova queda do dólar, o título americano de 10 anos caía 0,06% perto das 17h, a 3,056%. E a divisa dos EUA caía em relação a outras moedas emergentes: rublo (-0,44%); rand (-0,81%); peso mexicano (-0,28%) e o peso chileno (- 1,94%).

Como o mercado nunca está satisfeito e precisa encontrar eventos para negociar, hoje houve conversas entre os operadores de câmbio se questionando se o Banco Central continuará ofertando os 15 mil contratos de swap (US$ 750 milhões) diariamente, como fez hoje e ontem, uma vez que também avisou que vai atuar de maneira discricionária. “O dólar nesses dois dias caiu com mais força do que seus pares. Algumas pessoas já avaliam que o BC vai reduzir a munição amanhã”, resumiu um gestor, lembrando ao mesmo tempo que quem faz essa análise se esqueceu que nos últimos dias de forte apreciação do dólar em relação ao real, essa alta também foi em ritmo mais acelerado do que a relacionada a outras moedas. A opinião desse gestor é que o BC deve manter os US$ 750 milhões, para evitar que os negócios tenham mais volatilidade.

O dia hoje foi de noticiário cheio, com a especulação sobre mudanças no reajuste dos combustíveis. Pela manhã saiu a ata da reunião da semana passada do Copom, que surpreendeu o mercado ao deixar a Selic inalterada. O BC falou num cenário internacional “mais desafiador” e que há expectativa de normalização da política monetária nas economias centrais. O BC ressaltou, ainda, que “a ausência de relação mecânica entre exterior e política monetária será evidente ao longo do tempo” e destacou a capacidade que a economia brasileira tem de “absorver revés no cenário internacional”. Essa resiliência, diz o texto, é gerada pela “situação robusta de seu balanço de pagamentos e ao ambiente com inflação baixa, expectativas ancoradas e perspectiva de recuperação econômica. No início da tarde, ao participar de evento do Pátria Investimentos, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfan, reforçou a mensagem da ata.

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