A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira, 6, que convidou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para conversar sobre a questão da água no Estado. “O governador Alckmin divulgou que tinha me mandado oito propostas, na terça-feira passada. E nós estamos chamando ele para conversar”, contou Dilma em entrevista aos quatro principais jornais do País.
Segundo a presidente, a questão já foi discutida com o Rio de Janeiro, porque houve um conflito sobre o Rio Paraíba do Sul. “Este não é um conflito que coloca o Rio contra São Paulo. E eu explico. Da forma como o rio abastece os dois Estados, tanto você tem de cuidar de onde vai captar, tem de olhar os municípios paulistas e do Rio, porque é interligado”, disse a presidente, numa referência à proposta de transposição de volume do Sistema Paraíba do Sul para o Cantareira.
“Ontem (quarta-feira), falei com o Pezão (governador do Rio, Luiz Fernando Pezão) e eles estão encaminhando a parte deles. Vai ter de ser uma discussão com todos. Mas tem partes da proposta de São Paulo que nada tem a ver com Rio. Eles estão pedindo recursos e nós vamos financiar sem problema”, afirmou a presidente.
Dilma disse ainda que a Agência Nacional de Águas (ANA) está tentando encontrar um consenso em torno dessa proposta. “É um acordo que se faz em qualquer bacia, sobre quem pode usar quanto e, se o rio diminuir, você estabelece prioridades que são beber água e depois a geração de energia e, por último, a hidrovia”, disse, lembrando que essa harmonização já acontece no São Francisco.
“No caso de São Paulo, havia estudo há mais tempo que dizia, não tendo investimento, terá problema de água e esses estudos não são da oposição. Foram feitos pela situação. Feitos, se não me engano, na época do governador Serra (José Serra).”
A presidente esclareceu, no entanto, que tudo será discutido, inclusive investimentos, porque as propostas não estão aprofundadas. “Se será via BNDES, Banco do Brasil ou Caixa Econômica, ou Parceria Público-Privada (PPP), não está preciso e, por isso, nós chamamos ele (Alckmin) para discutir isso”, afirmou.