Laudo do exame toxicológico divulgado nesta terça-feira pela Polícia Civil confirma que o estudante Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, que morreu de coma alcoólico em 28 de fevereiro deste ano, após participar de um concurso para ver quem bebia mais, tinha 4,6 gramas de álcool por litro de sangue. Segundo a Sociedade Brasileira de Toxicologia, a partir de 3 gramas de álcool por litro de sangue a pessoa já pode ter confusão mental e perda da consciência. A festa, da Universidade Estadual de São Paulo, ocorreu em Bauru, no interior do Estado.
Segundo o delegado Kleber Granja, que preside o inquérito sobre o caso, o exame servirá para embasar o inquérito, que corre em segredo de Justiça ainda não foi concluído. Outro inquérito, civil, tramita no Ministério Público. Há ainda uma sindicância aberta pela Unesp para punir os estudantes infratores, que também não foi concluída.
Fonseca entrou em coma e morreu após beber cerca de 30 doses de vodca em uma competição que media a resistência dos participantes a bebida. Além dele, outras cinco pessoas também passaram mal, três delas também entraram em coma alcoólico, foram internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais de Bauru e receberam alta dias depois.
A festa, que era uma união das repúblicas de estudantes de Bauru, reuniu mais de 2 mil pessoas, mas os organizadores não tinham alvará para realização do evento e para comercializar bebidas alcoólicas. Além disso, a segurança e a assistência de saúde aos frequentadores eram falhas. Quatorze pessoas estão sendo investigadas, entre elas dois estudantes da Unesp que se apresentaram como organizadores – eles chegaram a ser presos, mas foram soltos e respondem pelos crimes de homicídio com dolo eventual e lesões corporais, também com dolo eventual.