O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ainda não deu um prazo para apresentar a proposta de reajuste para os professores da rede estadual, que ficaram 89 dias em greve, entre março e junho deste ano. Durante a paralisação, Alckmin havia sustentado que a data-base da categoria era em 1.º de julho, mas não fez oferta de dissídio no mês passado.
“Está sendo analisado pela Secretaria de Planejamento e da Fazenda porque nós estamos muito perto do chamado limite prudencial”, disse Alckmin, durante coletiva na manhã desta segunda-feira, 03. “Houve uma queda muito grande da arrecadação. Para ter uma ideia: no mês de maio foram R$ 728 milhões de perda da arrecadação, fruto da retração da atividade econômica”, acrescentou.
O governador ainda afirmou que os cofres paulistas são mais afetados pelo tipo de atividade econômica local. “São Paulo é um Estado muito industrial e a indústria é quem está mais sofrendo”, justificou. As aulas na rede estadual voltaram nesta segunda-feira.
Durante a greve, a gestão Alckmin disse ter aumentado em 45% o salário dos docentes da rede estadual nos últimos quatro anos. A remuneração do professor, porém, só teve reajuste de 12,3% no período. Para chegar ao porcentual maior, o governo estadual incluiu as chamadas incorporações por gratificação, parte da remuneração dos docentes que já era recebida e só passou a constar no salário-base, ou seja, sem mudança no valor mensal recebido pela categoria.