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Cunha: Dilma defendeu a reforma política e o seu partido não quer votar nada

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou, nesta quarta-feira, 27, que o PT não tenha votado favoravelmente ontem a nenhum item da reforma política colocado em pauta por ele. Cunha criticou a legenda, recordando que a presidente Dilma Rousseff defendeu a reforma. “No dia em que houve a eleição em segundo turno para presidente da República, a própria presidente (Dilma) na sua primeira fala defendeu a reforma política e o seu partido não quer votar nada. A verdade é que todos defendem no discurso a reforma política e a grande maioria decidiu não mudar nada”, disse.

Cunha criticou também os políticos que se elegeram com a bandeira da reforma política e, quando tiveram a oportunidade de votá-la, rejeitaram as propostas apresentadas. “A Casa está tomando a sua decisão e se a decisão é manter o que está (valendo na lei eleitoral atual), significa que todo esse discurso de que precisa mudar não tem amparo naqueles que foram representados aqui pelas ruas”, disse. “Você tem várias maneiras de fazer uma reforma, especialmente não votando. Quando você não vota, você optou por ficar como está”, observou.

Ele disse que pautou a reforma para atender a uma demanda da sociedade. “Isso é uma vitória da democracia, é uma vitória da Câmara, que consegue fazer as pautas do que a sociedade quer. A sociedade queria votar a reforma política. Eu pautei pela sociedade, não tem projeto de ninguém, tanto que a gente não está votando um projeto inteiro, o que seria tentar impor uma reforma”, considerou.

Cunha recusou ser taxado como derrotado pelo fato de o plenário ter rejeitado o distritão defendido por ele. “Eu me sinto vitorioso, porque não me lembro de alguém que conseguiu botar para votar. Eu consegui botar para votar da forma como está colocada, com todos os pontos sendo votados rapidamente, com todos podendo expressar sua posição”, afirmou.

A Câmara retoma na tarde desta quarta-feira a votação de outros pontos da reforma, como o financiamento privado restrito a partidos – a proposta do PMDB para autorizar doações também aos candidatos foi rejeitado -, o fim das coligações, o fim da reeleição, a coincidência de mandatos e o voto facultativo para menores de 18 anos, maiores de 70 anos e para os analfabetos.

O presidente, contudo, não acredita que os temas irão avançar em plenário. Cada item precisa de 308 votos para ser aprovado. “Na medida em que (a Câmara) quer manter o atual modelo, não vai votar fim de coligação proporcional, cláusula de barreira. Dificilmente vai votar a coincidência de mandato”, disse, indicando que “talvez” seja aprovado o fim da reeleição.

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