A Polícia Civil prendeu na noite desta terça-feira, 20, um morador de rua de 62 anos, suspeito de usar uma seringa para ferir pessoas em estações do Metrô de São Paulo. De acordo com as investigações, o homem pode estar envolvido em um total de 26 ataques. Ele foi reconhecido por vítimas de agressões cometidas nas Estações Sé, no centro, e Paraíso, na zona sul da capital.
O morador de rua foi detido na Estação Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, ao tentar embarcar em uma das composições por volta das 19 horas. “Nós tínhamos o retrato falado dele e as equipes que estavam trabalhando na plataforma o identificaram. Ele é a cara do retrato falado”, afirma o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade).
Os policiais apreenderam seringas com o homem, que foi encaminhado para delegacia. O suspeito teria confessado os crimes, mas os agentes perceberam que o relato não tinha consistência. “Ele começava a falar, depois desconversava”, diz Nico Gonçalves. “Ele falou que era uma brincadeira para assustar as pessoas.” Para os investigadores, o homem tem problemas mentais, motivo pelo qual foi pedida internação do suspeito – e não a prisão.
Histórico
O ataque na Estação Paraíso, da Linha 1-Azul, aconteceu no dia 18 de agosto. A vítima, uma estudante de 18 anos, afirmou que o homem se posicionou entre ela e a mãe, na escada rolante. “Na hora, não senti absolutamente nada. Na escada rolante seguinte, comecei a sentir um incômodo”, relatou na época. O caso ocorreu às 6h30.
“Não veio nada na minha cabeça de que poderia ter sido isso, mas quando cheguei à aula, fui ao banheiro e vi que tinha uma marca”, disse a jovem. Por estar atrás do suspeito na escada rolante, a mãe da estudante identificou um homem branco e barrigudo, com cerca de 1,60m, cabelo bagunçado e grisalho.
O retrato falado foi divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) na semana passada. Além dele, outro suspeito de um ataque na Estação Tamanduateí, da Linha 2-Verde, também teve o retrato falado divulgado.
Em junho, uma médica peruana foi perfurada pelas costas, na Avenida Paulista, no centro. Um suspeito foi preso cerca de um mês depois.