Economia

Relatório de Inflação reforça apostas em novas altas de juros e DIs sobem

A divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) reforçou nesta quarta-feira, 24, as apostas do mercado de que o aperto monetário em curso ainda terá mais algumas altas na taxa de juros. Além do tom mais hawkish, o Banco Central reduziu em apenas 0,1 ponto porcentual sua previsão para a inflação do ano que vem, de 4,9% para 4,8%, o que significa dizer que ainda há trabalho a fazer para ancorar as expectativas. Assim, as taxas operaram em alta, num movimento amplificado na ponta longa durante a tarde em razão da tensão no exterior.

O BC não trouxe um discurso muito diferente do que já havia trazido no comunicado em que anunciou o aumento da Selic para 13,75% ao ano. Com isso, os investidores reforçaram as apostas na manutenção do ritmo de aperto monetário em 0,50 ponto porcentual em julho. A curva de juros ainda embute mais uma elevação de 0,25 ponto da Selic em setembro, além de chances residuais de nova alta dessa intensidade em outubro.

A alta mais forte se deu na ponta curta e intermediária da curva de juros. Mas as de prazo mais longo também acabaram pressionadas à tarde com a indefinição da situação grega.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI para outubro de 2015 marcava 14,01%, de 13,960% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 apontava 14,23%, de 14,14% ontem. O DI para janeiro de 2017 mostrava 13,94%, de 13,84% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 indicava 12,66%, de 12,62% na véspera.

A previsão no cenário de referência do BC indica inflação de 9,0% em 2015, 1,1 ponto porcentual maior do que a projetada no Relatório de março de 2015. Para 2016, a projeção recua para 6,7% no primeiro trimestre, segue em declínio para 5,4% e 5,0% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente, e encerra o ano em 4,8%. Em 2017, a projeção para o primeiro trimestre é de 4,7% e recua para 4,5% no segundo trimestre. No cenário de mercado, o IPCA termina 2016 em 5,1%, igual ao verificado em março.