Economia

FGV: renda e desemprego atingem confiança da indústria de não duráveis

A queda na renda e o aumento da taxa de desemprego parecem estar atingindo com mais força a demanda percebida pela indústria. Com isso, o setor de bens de consumo não duráveis engrossou em junho o grupo dos que registram queda mais acentuada na confiança, segundo a prévia da sondagem da indústria deste mês, divulgada nesta quarta-feira, 24, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Até o início do segundo trimestre, os bens de capital e os duráveis eram os que mantinham os piores resultados para a confiança.

“Isso é confirmação de que a coisa piorou bastante e ratifica a piora no mercado de trabalho”, afirmou Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV. Na prévia, a instituição não divulga os dados desagregados por categoria, mas o sinal negativo é mais intenso neste mês, adiantou Campelo.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de junho caiu 4,7% na comparação com o resultado final de maio. O dado indica que, se o resultado se confirmar no fim do mês, a confiança atingirá mais uma vez o menor nível de toda a série histórica, iniciada em abril de 1995. Além disso, será a quinta queda seguida do índice.

“A indústria continua se frustrando com o desempenho da demanda. A evolução no segundo trimestre foi muito ruim e há pouca perspectiva de melhora nos próximos três meses. Por enquanto, o setor não conseguiu aproveitar o aumento de competitividade dado pelo câmbio, que também não foi tão grande. O ganho é engolido por fatores ruins, como inflação e desvalorização de outras moedas ante o dólar”, contou Campelo.

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