Em seu discurso para investidores brasileiros e americanos em Nova York, nesta segunda-feira, 29, durante seminário sobre infraestrutura, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, voltou a defender os projetos de concessões de infraestrutura feitos nos últimos anos. Barbosa ponderou que é necessário a qualquer governo fazer autocríticas, mas ressaltou que é preciso também reconhecer o que já foi feito. E, de acordo com ele, muito se fez nos últimos oito anos.
“Gostaria de enfatizar que houve grandes avanços nos últimos anos. É preciso autocríticas, mas é preciso reconhecer o que já foi feito”, disse o ministro. Segundo ele, quando se fala em ferrovias, já foram feitos mais de mil quilômetros no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. “É muito mais do que foi feito nos últimos oito anos”, disse.
Barbosa destacou também as seis concessões bem sucedidas de aeroportos no primeiro mandato de Dilma, com investimentos de US$ 9 bilhões. “Mas há muito o que ser feito”, falou, citando o Programa de Investimentos em Logística (PIL), anunciado recentemente pelo governo. Ele detalhou o programa e mostrou para os empresários as várias oportunidades de investimento nas quatro áreas: rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Barbosa disse que o PIL exigirá investimentos da ordem de US$ 64 bilhões em um prazo mais longo, e determinou que o País precisará de US$ 23 bilhões até 2018. “A maior parte (dos investimentos) será nas concessões de estradas”, afirmou. Ele explicou aos investidores que o governo está trabalhando em novas concessões e também nas já existentes. “Estes investimentos poderão começar no segundo semestre deste ano. As de ferrovias começarão após 2018, mas os projetos começarão a ser analisados agora”, reiterou.
O ministro disse também que o governo está tentando diminuir a dicotomia entre créditos públicos e privados. Explicou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está trabalhando na reforma tributária para enviar ao Congresso no segundo semestre deste ano. Para ele, as medidas fazem parte de um conjunto de decisões que permitirão ao investidor privado participar desde a fase de captação até a execução dos projetos.
Barbosa teve de responder também perguntas sobre as grandes empresas brasileiras que poderiam participar do PIL e que estão enfrentando dificuldades por estarem envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Temos grandes playes no Brasil passando por dificuldades, mas isso é uma questão interna e estas empresas vão se recuperar”, antecipou aos investidores, acrescentando que o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes, é uma economia aberta e diversificada e tem um grande número de outros players. “Essa situação não coloca em risco os investimentos em infraestrutura ou a recuperação da economia”, garantiu.
Por fim, Barbosa disse que o País tem como objetivo a melhoria da produtividade e que, por isso, tem investido na educação e qualificação de seus profissionais. Disse que o País dobrou o tempo de permanência dos alunos nas escolas.