Um dos alvos da nova etapa da Operação Acrônimo é o presidente da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde, Elon Gomes, que possui 40% das ações da empresa. Os outros 60% pertencem à Qualicorp Administradora de Benefícios S. A. A ação da PF não envolve nenhuma das duas empresas, somente o executivo.
Deflagrada nesta quarta-feira, 16, a operação que ocorre em São Paulo e em Brasília, cumpre mandados de busca e corre em sigilo decretado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo o advogado Eduardo Toledo as buscas foram feitas na residência do empresário em Brasília, onde a PF recolheu extratos bancários, computador e telefone celular. O criminalista afirmou ainda que não conhece os termos do mandado de busca e apreensão na casa de seu cliente porque o STJ colocou sigilo por 24 horas.
Elon Gomes já foi alvo da Acrônimo, em outra etapa, na ocasião ele foi afastado do conselho de administração da Aliança, porém continua na presidência. Ele é suspeito de ter repassado dinheiro, por meio da empresa Support Consultoria, para Benedito de Oliveira Neto, o Bené, suposto operador do governador Fernando Pimentel, durante a campanha do governo de Minas Gerais em 2014.
Os recursos repassados pela Support Consultoria no total de R$ 750 mil foram pagos a duas consultorias Brigde e BRO. Essas empresas, conforme a PF, são de fachada. Elas também teriam sido usadas, segundo o inquérito da Acrônimo, para a venda de portarias que favoreciam montadoras de veículos no Ministério do Desenvolvimento.
A Acrônimo investiga irregularidades de campanha e suposto recebimento de propina pelo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT-MG), quando ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A Acrônimo, desencadeada inicialmente em maio, tem também como alvos a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, colaborador de campanhas de Pimentel e suspeito de desviar recursos de contratos do governo federal com suas empresas.
Pimentel é investigado por receber vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao ministério do desenvolvimento, que ele comandou de 2011 a 2014.