Palco do primeiro ato pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, a Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, recebeu nesta quarta-feira, 16, centenas de intelectuais, professores universitários e estudantes para um ato contra o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
No manifesto “Impeachment, Legalidade e Democracia”, em torno do qual se agruparam mais de mil representantes da comunidade acadêmica brasileira, os intelectuais argumentam que o impeachment é uma ferramenta criada para defender a democracia mas no caso do pedido contra Dilma tem sido usado para enfraquecê-la.
“O impeachment, instituto reservado para circunstâncias extremas, é um instrumento criado para proteger a democracia. Por isso, ele não pode jamais ser utilizado para ameaçá-la ou enfraquecê-la, sob pena de incomensurável retrocesso político e institucional. Por julgar que o processo de impeachment iniciado na semana passada pelo presidente da Câmara dos Deputados serviria a propósitos ilegítimos, em outras oportunidades muitos de nós nos pronunciamos contrariamente à sua deflagração”, diz o documento.
Entre os signatários estão professores universitários de diversas instituições de ensino e correntes partidárias como Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV), Carlos Lessa e Maria da Conceição Tavares (UFRJ), Paul Singer, André Singer, Maria Victoria Benevides, Marilena Chauí, Dalmo de Abreu Dallari, Fábio Konder Comparato e Francisco Oliveira (todos da USP), Luiz Gonzaga Belluzzo e Roberto Schwartz (Unicamp), entre outros.
Segundo os organizadores, se trata de um movimento apartidário. “O que está em jogo agora são a democracia, o Estado de Direito e a República, nada menos”, diz o texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.