O tom mais hawkish que o esperado apresentado pela ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira, 11, influenciou o dólar, apesar de o Banco Central ter reduzido ontem o volume de contratos de swaps cambiais nos leilões de rolagem da instituição.
No mercado de câmbio, pela manhã, o dólar registrou valorização consistente em relação ao real, atingindo a cotação de R$ 3,17, ajudado pela redução do volume de contratos de swaps cambiais para rolagem, pela alta observada ante outras divisas no exterior e pela elevação da taxa de câmbio no cenário de referência apresentada na ata do Copom.
O BC informou na noite de ontem que reduziu a oferta diária de contratos para 6,3 mil, a partir de hoje, ante os 7 mil contratos que vinha colocando diariamente para rolagem desde o início de junho, num total até ontem de 49 mil contratos (cerca de US$ 2,450 bilhões) já rolados.
No entanto, à tarde, a sinalização de que a Selic vai subir ainda mais vista na ata acabou se sobrepondo, levando o dólar a zerar os ganhos e a se firmar em território negativo até o fim do pregão no balcão. As expectativas de manutenção do ciclo de aperto monetário por mais tempo que o esperado alimentam a percepção de continuidade de fluxo positivo para o Brasil.
Apesar de ata da reunião de política mais recente do BC ter vindo praticamente igual à anterior, o aparecimento no texto das palavras “determinação” e “perseverança”, relacionadas ao combate à inflação, bastou para que o mercado de juros passasse a precificar 100% de chance de uma elevação de 0,50 ponto porcentual (pp) da Selic em julho e redução do ritmo de alta para 0,25 pp em setembro. A mudança no documento também provocou expectativa de mais uma elevação de 0,25 pp em outubro. Além disso, afastou as hipóteses de queda da Selic imediatamente após a interrupção da subida.
No fechamento, o dólar à vista terminou cotado a R$ 3,1050 (-0,35%) no balcão. O volume de negócios totalizava US$ 1,788 bilhão por volta das 16h30. No mercado futuro, o dólar para julho caía 0,48%, a R$ 3,1240.