O tom mais hawkish que o esperado apresentado pela ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira, 11, alavancou as taxas de juros futuras. No entanto, a alta perdeu um pouco de força ao longo do dia, influenciada pelo recuo do dólar, dos juros dos Treasuries (títulos dos EUA) e um leilão do Tesouro Nacional.
Apesar de a ata da reunião de política mais recente do BC ter vindo praticamente igual à anterior, o aparecimento no texto das palavras “determinação” e “perseverança”, relacionadas ao combate à inflação, bastou para que o mercado de juros passasse a precificar 100% de chance de uma elevação de 0,50 ponto porcentual (pp) da Selic em julho e redução do ritmo de alta para 0,25 pp em setembro. A mudança no documento também provocou expectativa de mais uma elevação de 0,25 pp em outubro. Além disso, afastou as hipóteses de queda da Selic imediatamente após a interrupção da subida.
Segundo fontes consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o ponto de destaque da ata está no parágrafo 28. Nesse trecho, o comitê afirma que num contexto de inflação atualmente em patamares elevados e balanço de riscos desfavorável para este ano a alta de preços tende a permanecer elevada em 2015, “necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos”. O documento mostrou também que a estimativa do BC para a inflação oficial no fim de 2016 seguiu estável e acima da meta de 4,5% tanto no cenário de referência quanto no de mercado.
No início do dia, a avaliação de que o conteúdo da ata veio mais duro do que o esperado, somada à alta dos rendimentos dos Treasuries, ajudou a puxar para cima toda a curva a termo. No entanto, o movimento perdeu força ao longo do dia, à medida que os yields dos bônus dos EUA inverteram a direção e passaram a cair e o dólar desacelerou a alta acentuada vista mais cedo. Segundo profissionais do mercado, o término do leilão do Tesouro, com forte demanda de LTNs, também abriu espaço para uma correção das taxas de juros futuras.
No fim da sessão regular do mercado de juros, na BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para outubro de 2015 indicava 13,99%, ante 13,959% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 apontava 14,25%, de 14,15% na quarta-feira. O DI para janeiro de 2017 marcava 13,89%, de 13,76% e o DI para janeiro de 2021 registrava 12,80%, ante 12,75% no ajuste anterior.