A queda de 0,3% no volume de impostos em 2014 ante 2013 contribuiu negativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, afirmou nesta sexta-feira a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. O valor agregado da economia cresceu 0,2%, mas, com o efeito dos impostos, a taxa de crescimento da economia diminuiu para 0,1%. “Isso ocorreu principalmente por conta do IPI, o Imposto sobre Produtos Industrializados, ligado diretamente à indústria de transformação, e também por causa do imposto de importações, cujo volume caiu no ano”, explicou Rebeca.
A última vez em que o valor adicionado havia crescido mais do que os impostos havia sido em 2009, ano em que a economia sofreu os maiores impactos da crise. Naquela época, o valor adicionado caiu 0,2%, enquanto os impostos diminuíram 0,3%. “Está muito relacionado ao desempenho da indústria. Tanto em 2009 quanto em 2014, a indústria teve um desempenho ruim. Em alguns setores da indústria, se paga muito imposto, então afeta”, disse Rebeca. “Em 2014, a importação também foi negativa, assim como em 2009”, frisou a coordenadora. Segundo ela, a desaceleração das importações também tem a ver com o consumo das famílias em baixa. Em 2014, o PIB industrial teve queda de 1,2% ante 2013. Já as exportações recuaram 1,1%, segundo o IBGE.