Com o pior trimestre em vendas dos últimos seis anos, a indústria automobilística está arrastando outros segmentos da cadeia produtiva. A Pirelli, uma das principais fabricantes de pneus do País, pretende colocar 1,5 mil trabalhadores em lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) por cinco meses, o equivalente a 12,5% de toda sua mão de obra nas quatro fábricas do Brasil.
A empresa pretende adotar a medida no fim de abril ou início de maio, mas ainda negocia com os sindicatos dos borracheiros das cidades de Santo André (SP), Campinas (SP), Gravataí (RS) e Feira de Santana (BA, )onde estão as fábricas.
De janeiro a março, as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 674,4 mil unidades, queda de 17% em relação ao mesmo período de 2014. É o mais baixo volume para o período desde 2009.
Dados do mercado indicam que, em março, foram licenciados 234,6 mil veículos, o pior desempenho para o mês em sete anos. Em relação a março do ano passado, houve queda de 1,2%, mas aquele mês teve 18 dias úteis, em razão do feriado de carnaval, ante 22 dias em março deste ano. No comparativo com fevereiro, houve alta de 26,1%, também em razão do menor número de dias úteis. Se for levada em conta a média de dias úteis, as vendas caíram 2,48% em relação a fevereiro e 20% ante março de 2014.
Medidas para reduzir a produção têm sido anunciadas por quase todas as montadoras. A Volkswagen vai colocar novo grupo de 570 trabalhadores de São José dos Pinhais (PR) em lay-off a partir de segunda-feira, divididos em três etapas ao longo do mês. A empresa vem fazendo esse rodízio há um ano. Na Volvo, em Curitiba, 1,7 mil operários voltam de férias coletivas de 20 dias na próxima semana e a empresa negocia com o Sindicato dos Metalúrgicos local se adotará o lay-off ou um Programa de Demissão Voluntária para parte desse pessoal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.