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Justiça vê venda simulada de imóvel de prefeito eleito de BH

A Justiça Eleitoral em Minas suspeita de que o prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), tenha simulado a venda de parte de um imóvel que possui na capital para repassar R$ 2,2 milhões à sua campanha. A operação teve participação de empresa que tem como sócio o empresário Vittorio Medioli, um italiano naturalizado brasileiro, eleito prefeito de Betim, na região metropolitana, pelo mesmo partido de Kalil.

O posicionamento consta de pedido de reconsideração enviado pela defesa de Kalil ao juiz Delvan Barcelos Júnior, da 334.ª Zona Eleitoral, que, seguindo parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), desaprovou as contas de campanha exatamente por causa da operação envolvendo o imóvel.

Segundo descrito no posicionamento do juiz, que manteve a desaprovação das contas, parte do apartamento de Kalil foi comprada pelos filhos do prefeito eleito por R$ 2.231.250 – montante repassado à época diretamente para a conta do prefeito eleito. O dinheiro para a compra, ainda conforme mostrado na decisão, teria saído da venda, pelos filhos de Kalil, de outro apartamento que também fica na capital mineira.

A compra desse imóvel foi feita, conforme a decisão judicial, pela empresa CBC Imóveis e Conservadora Ltda., que tem como sócios Medioli e a Sada Participações S/A, também do prefeito eleito de Betim.

Segundo o juiz, um dos principais indícios de que houve irregularidades é que o dinheiro foi enviado diretamente a Kalil, “sem tramitar pelas contas dos promitentes vendedores”. Dessa forma, existiria ainda a possibilidade de ter ocorrido doação de recursos, por parte dos filhos, acima do limite legal.

A assessoria de comunicação de Kalil afirmou que pretende agora aguardar julgamento do recurso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). Medioli disse que o negócio foi dentro da lei. “Foi um negócio completamente legal. Os filhos do Kalil me procuraram, me ofereçam o imóvel por um preço muito bom e eu comprei. Agora vão me entregar o apartamento.” Sobre o fato de o dinheiro ter ido diretamente para a conta de Kalil, Medioli afirmou que foi um pedido dos filhos de seu colega de partido.

Histórico

A possível irregularidade nas contas do prefeito eleito foi identificada por técnicos do TRE-MG, que emitiram parecer enviado para o juiz e para posicionamento do MPE. O parecer afirmava que Kalil não conseguiu comprovar a venda de parte do apartamento. Os R$ 2,2 milhões do imóvel correspondem a mais de 60% de toda a arrecadação de campanha alcançada pelo candidato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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