Economia

Cresce número de empresas que perdem espaço para concorrência chinesa, diz CNI

Cresceu nos últimos anos o número de empresas brasileiras perdendo espaço para a concorrência chinesa no mercado doméstico, segundo um novo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com mais de 2 mil empresas. Em 2010, 30% das indústrias locais experimentavam a competição com produtos da China, e dessas, 45% diziam estar perdendo mercado, o que representa 14% do total de empresas. Em 2014, caiu o número de empresas expostas a essa concorrência (28%), mas subiu as que perderam espaço, para 57%, o que representa 16% do geral.

A concorrência com a China pelo mercado brasileiro é mais sentida quanto maior o porte da empresa. Entre as grandes empresas, 38% concorrem com produtos importados do país. Entre as pequenas, o porcentual é de 20%. Essa proporção varia também dependendo do setor, sendo maior em Produtos diversos (65%), seguida por Têxteis (61%), Informática e eletrônicos (61%), Metalurgia (56%) e Vestuário (51%).

No âmbito do mercado internacional, 24% das indústrias brasileiras dizem exportar, e dessas, 54% percebem a concorrência com a China. Em 2010, 31% eram exportadoras e 54% concorriam com os chineses. Entre as exportadoras que disputaram com os rivais asiáticos em 2014, 59% relataram perda de clientes e 11% deixaram de exportar. Apenas 4% dizem ter conquistado novas vendas, enquanto para 26% a situação se manteve estável.

Novamente, a concorrência com os chineses no mercado internacional é mais forte em Produtos Diversos (41%), seguida por Calçados (30%), Outros equipamentos de transporte (28%), Veículos automotores (27%), Metalurgia (25%) e Máquinas e equipamentos (25%).

Entre as empresas que adotam estratégias para obter vantagens na competição com os chineses, 51% investem na qualidade/design dos produtos, 50% reduzem custos e 40% buscam ações de marketing para diferenciar sua marca.

Já o porcentual das empresas industriais que declaram importar itens da China ficou estável em cerca de 40% de 2010 para 2014. Do total de indústrias, no ano passado 18% compravam matéria-prima chinesa, 9% produtos finais e 9% máquinas e equipamentos. Nos três setores, a maioria espera estabilidade nessas importações (55% em matéria-prima, 51% em produtos finais e 45% em máquinas).

Subtraindo o porcentual dos que esperam alta nas importações daqueles que preveem queda, o único segmento com saldo positivo foi o de Farmacêuticos (33 pontos porcentuais), ou seja, esse tipo de compra deve aumentar nos próximos seis meses. Já Metalurgia teve a maior diferença negativa (-26 pp), o que indica que o segmento deve reduzir as importações de insumos da China.

Considerando apenas as empresas que importam matérias-primas, os setores de atividades com maior proporção de compradores de itens chineses são Informática, eletrônicos e ópticos (65%), Farmacêuticos (56%) e Máquinas e materiais elétricos (44%).

Enquanto isso, apenas 5% das empresas brasileiras têm presença no território chinês, entretanto, a maioria prefere operar no país por meio de terceirização (3% do total). Na divisão por porte, a participação física no mercado chinês é maior entre as grandes companhias (10%).

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