Economia

Disparada do dólar e cenário político impulsionam juros

A forte alta do dólar ante o real nesta sexta-feira, 4, impulsionou as taxas dos contratos futuros de juros, que fecharam a sessão regular nas máximas e, em sua maioria, acima de 15%. Como pano de fundo para o movimento, o mal estar com algumas declarações do vice-presidente, Michel Temer, durante encontro de ontem com empresários.

Apesar de certo alívio com a permanência de Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda, Temer voltou a colocar lenha na fogueira do cenário político ontem. Ele afirmou que será difícil para a presidente Dilma Rousseff concluir o mandato se a situação política e econômica não melhorar até meados de 2016. “Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice”, comentou. A fala de Temer foi mal recebida pelo mercado, que viu chances maiores de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Nesse cenário, o dólar à vista de balcão subiu 2,56%, aos R$ 3,8500, no maior patamar de fechamento em quase 13 anos, desde 23 de outubro de 2002. Na renda fixa, a alta do dólar tornou inevitável o avanço das taxas dos contratos futuros de juros. O movimento foi intensificado pela disparada de stops ao longo da curva a termo. O resultado foi o encerramento dos negócios na sessão regular, com as taxas dos DIs próximas das máximas.

A taxa do contrato futuro para janeiro de 2016 ficou em 14,495%, de 14,315% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2017 indicou 15,04%, de 14,71% no ajuste. Já o contrato para janeiro de 2019 encerrou em 15,10%, de 14,80%, e o DI para janeiro de 2021 marcou 15,01%, de 14,65%. Os juros já precificam a Selic acima de 15% no fim de 2016.

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