A receita com as exportações do agronegócio está desacelerando mesmo com a alta do dólar, de 46% apenas em 2015. A elevação da divisa não tem sido suficiente para compensar a queda de preços no mercado internacional. Dados apresentados pelo Ministério da Agricultura nesta sexta-feira , 11, mostram que, na comparação entre agosto e igual mês do ano passado, o recuo nas exportações foi de 17,4%, passando de US$ 8,89 bilhões para US$ 7,34 bilhões. O movimento de queda também se repetiu no acumulado de 12 meses até agosto (-9,8%) e no acumulado do ano (-11,7%).
“Em função da queda dos preços internacionais, a nossa receita neste mês de agosto foi menor do que no ano passado”, explicou em nota a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo.
Ela ponderou, no entanto, que, apesar da desaceleração das vendas externas, o setor não deixou de apresentar superávit. “Foram US$ 50,5 bilhões no acumulado de oito meses do ano. Destaco a relevante participação do setor no total das exportações brasileiras. O agro responde hoje por 46,5% do total, e no ano passado, foram 43,9% no mesmo período”, argumentou.
No caso da soja, item que liderou as exportações no mês passado, com US$ 2,0 bilhões em vendas, o preço médio caiu de US$ 518 por tonelada em agosto do ano passado para US$ 388 por tonelada (-25,1%). As carnes, que ocupam o segundo lugar em vendas, com US$ 1,30 bilhão, registraram uma queda de 18,15% no preço médio, recuando para US$ 2.311 por tonelada. Os produtos florestais, com exportações de US$ 816 milhões, apresentaram queda de 17% no preço médio, indo de US$ 591 para US$ 490 por tonelada.
As importações ficaram em US$ 967,40 milhões no mês passado, uma queda de 31,5% frente a agosto de 2014 (US$ 1,41 bilhão). Diante disso, o saldo da balança comercial manteve-se positivo, apesar de recuar 14,7%. O superávit foi de US$ 6,38 bilhões.