A retração da atividade econômica e a redução do poder de compra do brasileiro contribuíram para que as vendas de combustíveis feitas pela Petrobras apresentassem queda quase generalizada no ano passado. A comercialização de combustíveis no mercado interno atingiu 2,789 milhões de barris diários, variação negativa de 7% em relação ao mercado existente em 2014.
As vendas de diesel, principal mercado em termos de volume comercializado, alcançaram 923 mil barris diários, retração de 8% sobre o ano anterior. O diesel é consumido em grande escala por caminhões, uma atividade da economia que depende do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) para crescer. O PIB brasileiro encolheu 3,8% em 2015.
Já as vendas de gasolina, outro importante mercado para a estatal, encolheram 11%, para 553 mil barris por dia. Nesse caso, pesa, além da renda do brasileiro, a menor competitividade do combustível em relação ao etanol após os reajustes anunciados no final de 2014 e em setembro do ano passado e o aumento do teor de etanol anidro na gasolina C, de 25% para 27%.
Pressionada pelo fraco desempenho dos dois principais combustíveis comercializados pela Petrobras, a subcategoria derivados fechou o ano com retração de 9% em relação a 2014, para 2,234 milhões de barris por dia vendidos. Não estão incluídos nessa categoria de combustíveis os alcoóis, nitrogenados renováveis e outros e o gás natural.
O único segmento a apresentar elevação no mercado doméstico foi o mercado de alcoóis, nitrogenados renováveis e outros, com a comercialização de 123 mil barris por dia. Em relação a 2014, houve alta de 24%.
A retração das vendas no mercado doméstico pressionou o balanço global da Petrobras. As vendas totais, incluindo exportações e o mercado externo, movimentaram 3,845 milhões de barris diários em 2015, queda de 3% em relação ao ano anterior. No mercado externo foram comercializados 1,056 milhão de barris por dia, variação positiva de 10% em igual base comparativa. A elevação, nesse caso, foi puxada principalmente pelo aumento de 30% das exportações, reflexo do desaquecimento da demanda no mercado interno.
Trimestre
Considerando apenas os dados do quarto trimestre, a produção total da Petrobras atingiu 3,872 milhões de barris por dia, queda de 3,4% em relação ao intervalo de outubro a dezembro de 2014. As vendas no mercado doméstico somaram 2,713 milhões de barris diários, retração de 11,2% sobre o ano anterior. No mercado externo, as vendas atingiram 1,159 milhão de barris diários, expansão de 21,4%.
Mais uma vez o resultado foi afetado negativamente pela venda de diesel e gasolina. Foram vendidos 907 mil barris diários de diesel entre outubro e dezembro, queda de 10,2% em relação a igual período do ano anterior. As vendas de gasolina, por sua vez, encolheram 12,7% sobre 2014 e atingiram 562 mil barris por dia.
Os números divulgados pela Petrobras consideram a venda de diesel, gasolina, óleo combustível, nafta, GLP e querosene de aviação (QAV), alcoóis, nitrogenados renováveis e outros e gás natural.
Preços
O valor médio do derivado básico comercializado pela Petrobras ficou em R$ 228,18 por barril em 2015, alta de 1% em relação ao ano anterior. A variação positiva acompanha a política da estatal de adotar um reajuste por ano no preço da gasolina e do diesel. Após ter aplicado aumento no final de 2014, a companhia voltou a reajustar o preço dos combustíveis em setembro passado.
A elevação recente explica o aumento de 4,6% no preço médio dos derivados básicos no quarto trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 239,36 por barril.