A confiança dos empresários do setor de supermercados teve uma leve alta em fevereiro deste ano na comparação com dezembro de 2015, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da GfK. O indicador que mede a expectativa para daqui a seis meses indica que a confiança saiu de 46,2 para 49, indicando uma melhora de humor para o próximo semestre. Apesar disso, porém, o índice segue abaixo de 50, o que é considerado território do pessimismo.
Para Marco Aurélio, diretor de Relacionamento da GfK, o indicador sinaliza que há uma expectativa de alguma estabilização no cenário macroeconômico pela frente. Para ele, nota-se na visão dos empresários que há uma perspectiva de que a instabilidade atual no cenário político possa arrefecer na segunda metade do ano.
Ainda sobre o cenário político, a Abras não adotou uma posição oficial sobre apoiar ou rejeitar as hipóteses de renúncia ou impeachment da presidente Dilma Rousseff. Associações regionais de supermercadistas, porém, já se manifestaram em prol do impeachment, caso da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Sobre o impacto da confiança nos investimentos, o presidente do conselho consultivo da Abras, Sussumu Honda, avaliou que o setor vive um ambiente de racionalização dos investimentos, mas descartou que deve haver uma retração muito forte na abertura de lojas ou aceleração dos fechamentos.
“As grandes redes não deixam de investir e, nas redes regionais, existe a necessidade de defender a participação de mercado deles na região”, comentou. O executivo avaliou que notícias sobre fechamentos de lojas de redes de supermercados, como ocorreu no Walmart no ano passado, são efeitos de ajustes pontuais nas operações.