Economia

Cesp não conseguiu formatar consórcio para disputar usinas em leilão, diz Arce

O presidente da Cesp, Mauro Arce, revelou que nesta quarta-feira, 11, a poucos dias da definição dos consórcios participantes do leilão de 29 usinas hidrelétricas que serão relicitadas, a estatal paulista ainda não encontrou alternativas para ingressar na disputa. A companhia fez uma chamada pública na tentativa de atrair potenciais parceiros, mas estabeleceu que não poderia fazer o pagamento da outorga pelas usinas. A companhia, segundo Arce, entraria com seu conhecimento sobre as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, dois ativos que pertenciam à Cesp e que são alvo de interesse da estatal paulista.

“Verificamos as possibilidades. Para nós o pacote é muito grande e levantar esse montante é muito difícil”, disse Arce. O presidente da Cesp participou hoje do 1º Encontro dos Altos Executivos do Setor Elétrico (Enaltesse), promovido pela Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE). “Estamos fazendo o possível (para participar), mas está muito difícil”, complementou.

Além de buscar potenciais parceiros para um eventual consórcio, no qual a Cesp ingressaria a partir da formação de uma sociedade de propósito específico (SPE), a companhia também chegou a discutir com o Banco do Brasil e outros bancos que poderiam viabilizar o pagamento da outorga. O leilão reunirá 29 usinas e o governo pretende captar R$ 17 bilhões com a outorga, dos quais R$ 11 bilhões na assinatura do contrato e R$ 6 bilhões dentro de seis meses. A maior parte dos recursos será direcionada justamente para as usinas de Jupiá e Ilha Solteira.

Interessados

Arce revelou nesta quarta que representantes da China Three Gorges (CTG), de Furnas e da Cemig fizeram longas visitas às usinas, A CTG é apontada como uma das favoritas a conquistar os dois ativos, conforme antecipado pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) no dia 15 de outubro.

Outros grupos estrangeiros, casos da Engie (antiga GSF Suez), Enel, e AES, também apareceriam entre os candidatos ao leilão em um primeiro momento. Outros nomes, como o da italiana Enel e da canadense Brookfield, surgiram na sequência.

A favor dos estrangeiros está, principalmente, a capacidade financeira e o acesso a recursos a custos mais baratos. No Brasil, explicou Arce, os custos estão elevados, “compatíveis com o momento atual de escassez de recursos”.

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