A Bovespa terminou em baixa nesta quarta-feira, 21, a segunda seguida, mas conseguiu sustentar o patamar de 47 mil pontos. A discussão sobre a meta fiscal e o pagamento das pedaladas do governo pesou sobre as ações, enquanto, no exterior, os dados da balança japonesa influenciaram os preços das commodities. Petrobras foi um dos destaques negativos, penalizada pelo recuo do petróleo e também pela viabilidade do pré-sal.
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,11%, aos 47.025,87 pontos. Na mínima, marcou 46.654 pontos (-0,90%) e, na máxima, 47.274 pontos (+0,42%). No mês, acumula alta de 4,37% e, no ano, perda de 5,96%. O giro financeiro totalizou R$ 5,410 bilhões.
A questão fiscal permeou os negócios com ações, com os agentes digerindo a discussão do governo sobre uma nova meta para este ano. Pelas contas que circulam no noticiário, o governo projeta um déficit de R$ 40 bilhões este ano, que poderá se aproximar de R$ 70 bilhões com o pagamento das pedaladas fiscais. O TCU quer que o pagamento seja integral, mas o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, temendo pela perda do investment grade, deseja um parcelamento. As negociações estão ainda em curso e uma decisão deve ocorrer até sexta-feira.
Para o mercado, a revisão da meta, diante da frustração de receitas, já é um convite à revisão da nota brasileira pelas agências de classificação de risco. Além disso, pode influenciar nas expectativas da meta de 2016 e dificultar ainda mais o já difícil trabalho da equipe econômica.
Com tudo isso, o mercado acionário não encontrou muitas razões para subir, ainda mais com as bolsas norte-americanas majoritariamente em queda nesta tarde – o Dow Jones subiu em boa parte do período e, no fechamento do Ibovespa, exibia ligeira perda, quase estável.
Petrobras foi um dos papéis que influenciaram a queda doméstica hoje. A ação ON recuou 3,16% e a PN, 3,73%, depois que o petróleo para dezembro negociado na Nymex caiu 2,35%, a US$ 45,20 o barril. E o presidente da PPSA, Oswaldo Pedrosa, disse hoje que o pré-sal se torna inviável com os níveis atuais de preços da commodity. Para ele o preço de equilíbrio teria que estar em US$ 55.
Mas isso pode não acontecer. Analistas e agências reguladoras acreditam que a demanda por petróleo deve recuar em cerca de um terço em 2016, diante da desaceleração da China e de outras regiões da Ásia.
Japão, hoje, foi destaque ao divulgar sua balança comercial, que mostrou menor volume de importações pela China. Pelos dados divulgados, as exportações para a China – o segundo maior mercado exportador do Japão – recuaram 3,5% em setembro, após caírem 4,6% em agosto, no segundo mês consecutivo de queda.
Vale ON subiu 2,73%, Vale PNA, 2,72%, na véspera da divulgação de seu balanço trimestral. Gerdau PN, +2,64%, Metalúrgica Gerdau PN, -0,68%, Usiminas PNA, -3,22%, CSN ON, -2,50%. Bradesco PN, +0,14%, Itaú Unibanco PN, -0,74%, BB ON, +1,22%, e Santander unit, +0,43%.