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Interdição de 600 metros da Avenida Rio Branco é marcado por congestionamentos

O primeiro dia útil de interdição de 600 metros da Avenida Rio Branco, a mais conhecida do centro do Rio, foi marcado por congestionamentos e passageiros perdidos à procura dos pontos de ônibus. As avenidas Presidente Antônio Carlos, Nilo Peçanha e Graça Aranha, além da Rua da Assembleia, para onde o trânsito e o transporte público foram deslocados, ficaram com o tráfego carregado durante todo o dia e os passageiros tiveram que esperar até 30 minutos pela chegada dos ônibus. Durante a manhã, poucos funcionários distribuíam panfletos explicativos sobre as alterações.

A mudança pegou de surpresa a universitária Caroline Melo, de 20 anos. Ela pegava ônibus ao lado do trabalho, na Rua da Carioca, mas a linha 422 foi umas 82 que tiveram o trajeto alterado. “Hoje foi complicado. Não tinha ninguém para dar informação e perdi tempo para descobrir onde meu ônibus agora passa. E ainda descobri que terei de caminhar quase 1 km todos os dias para chegar ao ponto, na Avenida Graça Aranha”, reclamou.

De acordo com a Prefeitura do Rio, as maiores retenções ocorreram na Avenida Presidente Antônio Carlos e na Rua da Assembleia, esta devido ao fato de ser mais estreita e ter menor capacidade de circulação de automóveis.

A Secretaria Municipal de Transportes e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) divulgaram que as mudanças não causaram reflexos significativos no trânsito. “Ajustes operacionais estão sendo feitos nos tempos semafóricos e posicionamento de pontos de ônibus, além do reforço de sinalização. Para os próximos dias, a expectativa é de melhores resultados a partir da adaptação dos motoristas no que diz respeito às novas rotas”, informaram em nota.

O taxista Jalcyr Souza Guedes, de 59 anos, desmente o comunicado oficial. Ele, que faz ponto no Aeroporto Santos Dumont, passa pelo centro todos os dias, afirma que o trânsito piorou.

“Levei mais de 30 minutos da área de desembarque até a Rua da Assembleia, trajeto que não chega a dois quilômetros e meio. E nem estava na hora do rush. Devo levar mais meia hora até voltar para o aeroporto. Isso é prejuízo para mim”, disse.

As modificações são para transformar o trecho entre a Nilo Peçanha e a Rua Santa Luzia em um boulevard exclusivo para pedestres e ciclistas, ao lado de onde passará o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O passeio público acompanhará o trajeto da Rio Branco na área em que estão prédios históricos, como o Theatro Municipal, a Biblioteca Nacional, a Câmara Municipal e o Museu Nacional de Belas Artes.

A expectativa da prefeitura é que o VLT atenda 300 mil pessoas por dia. Haverá 32 paradas, distribuídas por 28 km de vias, que ligarão o centro à zona portuária. Três delas vão permitir a integração com trens, barcas e o metrô. As obras começaram em 11 de março de 2014 e foram orçadas em R$ 1,157 bilhão, sendo que R$ 532 milhões são recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade e R$ 625 milhões de parceria público-privada (PPP) firmada pela prefeitura.

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