Economia

Abertura de impeachment pesa sobre o dólar, mas pregão deve ser volátil

O dólar abriu em queda nesta quinta-feira, 3, que promete fortes emoções nos mercados financeiros brasileiros. Como parte do mercado vê a saída da presidente como forma de resolver o impasse político e econômico que perdurou ao longo deste ano no País, os ativos brasileiros avançam neste início de pregão.

Até a quarta-feira, 2, à tarde, a grande expectativa era com a ata do Copom, que poderia dar novas pistas sobre a política monetária após a decisão dividida do Bando Central na semana passada. Porém, a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de aceitar o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff pegou todos de surpresa.

Para a holding financeira Nomura, o rali nos ativos brasileiros, no entanto, deve ser de curto prazo. “A falta de avanços na questão do ajuste fiscal e os riscos políticos inerentes ao processo de impeachment carregam significativos riscos de baixa”, diz relatório assinado pelo economista João Pedro Ribeiro. “Nossa primeira reação é de que esse evento vai trazer mais volatilidade e incerteza, em vez de aliviar os receios dos mercados”, disse o Barclays em relatório enviado na noite de quarta.

Às 9h25, o dólar à vista no balcão caía 0,26%, a R$ 3,8173. E o dólar para janeiro recuava 0,47%, a R$ 3,8530. A queda do dólar nesta quinta também é favorecida pelos leilões de linha do BC.

Pela manhã, o IBGE informou que a produção industrial caiu 0,7% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro do intervalo de expectativas dos analistas de 45 instituições ouvidas pelo AE Projeções, que esperavam desde queda de 1,36% a avanço de 0,60%, com mediana de negativa em 0,10%. Em relação a outubro de 2014, a produção caiu 11,2%.

Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas variavam desde queda de 11,70% a retração de 9,30%, com mediana negativa de 10,30%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,8% até outubro.

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